Tríplice Autoria

"Pobre menina
A preferida
Você vai sair
Por trás da máscara;
O dorso raspado,
olhos numa casca de noz
Ficaram na memória
a história
mudando o seu espírito;
Quando você sentir
que tem alguém apenas
Acreditasse no mudar
e imagens
valores
mitos
sangue...
Incriminar um assassino,
um homem chave;

Vivo o sonho
Minha vida passou
E incrível que ninguém tenha
sequer futuro;
Um novo que assusta

"Advogado?"

A doença não vai entrar
na história para viver
na cidade

Eterna vida,
a bela refém,
a maior montanha
Morre,
sabe ouvir você em paz

Passa a vida
terra secreta
seu corpo na rua ficando
Dou-lhe
que vem e acerta
Era,
Já Era."

Esse poema é de autoria minha, do poeta Luciano e do acaso.
Sim, do acaso. Foi assim que escrevemos.

Ambos pegamos uma revista e recortamos todas as palavras ou frases que achávamos interessantes e jogávamos os recortes dentro de uma caixa. Quando acabamos, colocamos todas essas palavras e frases sobre a mesa e, alternadamente, cada um escolhia uma palavra e ia colando numa folha em sequência à última palavra (que o outro havia escolhido).

E assim fomos montando um poema. Ao mesmo tempo que era fantástico, era frustrante. Pois quando um escolhia uma palavra, já pensava em um verso, mas aí o outro escolhia uma outra palavra que fazia todo o sentido mudar. Acabou virando um jogo de "Agora eu quero ver você se sair dessa".

Foto da metade do processo...

Mas o resultado está aí. Um pouco confuso. Entretanto, creio que assim é o acaso: Confuso e saudoso... Ah, saudade.