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Rubens Correa, esse grande homem do teatro, escreveu um artigo que me comove até hoje. Suas últimas palavras nunca me sairam da cabeça: preservar o cálice, domar o cavalo, estimular o fogo e soltar o menino.

Assisti recentemente ‘Por Trás do Pano’, dirigido magistralmente por Luiz Villaça e encabeçando o elenco, Denise Fraga e Luís Mello, que, para variar, estão brilhantes. O filme conta a história de um ator experiente que contrata uma atriz novata para encenarem Macbeth. Ela se mostra super dedicada, enquanto ele, liga o piloto automático e frisa que o que estão fazendo é só mais uma peça. A partir daí tem início o conflito. E ponto. Não contarei mais nada. É um filme que vale a pena ser visto inúmeras vezes. Uma grande aula.

Quantas vezes você já foi ao teatro e viu o ator ligando o piloto automático? Ele estava no palco apenas de corpo presente, mas com o pensamento lá fora, pensando no que vai comer depois do espetáculo. Já presenciei isso inúmeras vezes. E não eram só atores novatos, não. Eram os tarimbados, que faziam coisas excepcionais antigamente, mas que hoje cairam na mesmice repetindo as velhas fórmulas... E não só atores, mas diretores também.

Como era bom ver o deus Paulo Autran em cena. Um homem que mesmo com a idade avançada se transformava  numa criança quando entrava no palco. Um exemplo que deveria ser seguido.

Quais os motivos que levam determinados atores a entrarem em cena com o fogo brando e feito múmias paralíticas? Por que o teatro não os satisfazem mais. É essa a resposta? Então deveriam se aposentar ou mudar de profissão.

Fico furioso quando estou ensaiando e determinada pesssoa quando está fora de cena, ou em cena mesmo, fica olhando insistentemente para o relógio aguardando pelo fim do ensaio ou quando deixa a porcaria do celular ligado e interrompe a ação para atendê-lo. E quando não atende, temos que aguentar aquela droga tocando até parar. Que amor é esse que a pessoa nutre pelo teatro? Por que uma ligação é mais importante do que a cena que está fazendo? 

E por que aquele ator que no meio de um processo criativo, interrompe o diretor para dizer que deu o horário e que determinada cena pode ser solucionada no ensaio seguinte, sendo que a solução poderia ser encontrada naquele mesmo ensaio e talvez 15 ou 20 minutos depois da hora estipulada?

É muito triste saber que isso está acontecendo cada vez mais. Certos atores estão muito moles e consequentemente o diretor também amolece,   porque se o diretor for enérgico, é capaz do filho da puta abandonar o espetáculo no ensaio geral. E aí é aquele deus nos acuda.

Mas será que esses merdas tem essa atitude quando estão sendo dirigidos pelo Antunes Filho, Zé Celso ou outro diretor renomado? Claro que não. Porque se fizerem isso, são demitidos na hora.

Vejo muito o entusiasmo dos atores antes de tirarem o DRT, mas depois que recebem esse documento, se sentem os fodões, o centro do universo e com o ego em alta. ‘Agora eu sou um profissional’. Mas de que adianta ser um profissional se não faz juz a isso? Tive alunos de 11, 12 anos de idade que faziam teatro por hobbie, mas que agiam como profissionais e eles, com certeza, deixavam muitos atores com DRT no chinelo.

Tive muita sorte no meu início de carreira. Trabalhei com diretores extremamente enérgicos. Eram mais generais do que diretores. E ai daquele que saísse a linha. Recebia um coturno no meio da cara ou então um sermão que lhe deixava meses com angústia existencial. Confesso que até hoje guardo alguns traumas desta época.

Não sou nenhum pouco a favor de diretores tiranos, mas também odeio atores vagabundos, que não arriscam, que repetem velhas fórmulas, que trabalham sempre com o piloto automático, que olham pro relógio e atendem o celular.  Esses, com certeza, deveriam refletir mais sobre o seu papel  na arte para aumentar a chama desse fogo brando, ou então, mudar de profissão. Já temos em nosso mercado de trabalho um elenco enorme de molengas. Se você se encaixa num desses itens, deixo um conselho de amigo. Não seja mais um. Faça mais um teste vocacional e escolha outra atividade porque o público que paga pra te assistir não merece ser desrespeitado. E muito menos, o teatro, que muitos, infelizmente, desconhecem sua função.