Meu irmão Thiago é sempre o primeiro, o Renato em seguida, depois eu e por último o Nick, nosso lhasa apso maluco.
Enquanto os dois primeiros tomam banho, aproveito muito para dar uma espreguiçada, uma cochilada de 5 minutos e uma ligada na TV pra ouvir as primeiras notícias do dia.
Enquanto estou neste lento compasso de começar, meu marido coloca as primeiras peças de roupa para sair. Quando ele está quase pronto, senta delicadamente na cama, me faz uns muitos cafunés e diz que me ama. Com a outra mão ele acaricia o cachorro, num gesto lindo de amor incondicional.
Passados esses 5 minutos que ganhamos de carinho logo nas primeiras horas, ele sai e eu levanto.
Quando algum político aprontou alguma nova, ele grita:
"Amor, vem ver isso!". Quando dá eu vou, senão grito devolvendo: "Agora não dá, depois você me conta".
"E se tiver uma comidinha, deixa para mim aí em cima, Tatão".
E toda noite eu deixo. Ou espero ele chegar pra esquentar.
O Renato é sempre o segundo a dormir (eu só ganho a primeira posição quando estamos vendo filmes) junto com o Nick e em seguida eu. Sempre com pouco sono. Enquanto o Renato fecha os olhos pra dormir, eu faço cafuné. O mesmo que ele me faz de manhã cedo. Num gesto de agradecimento e de amor. Com a outra mão faço um carinho no Nick. Fecho a porta do quarto do Thi e normalmente cubro o Renato, que sempre joga o cobertor para fora.
Com a certeza de que, por mais que agente odeie a rotina e tente fugir dela como o diabo da cruz, é ela o nosso maior alicerce. É ela que me faz ter a absoluta certeza de que eles sempre voltarão.
Nas mesmas horas, nas mesmas circunstâncias e como sempre.