A indústria da pirataria

Nos dias de hoje, tudo parece estar de ponta-cabeça, é como esses tempos modernos tivessem afetado as pessoas de uma tal forma, que alguns conceitos daquilo que se julgava certo ou errado, não fazem mais sentido. Vivemos tempos de, tudo quero, tudo posso e, nada será proibido. A filosofia de levar vantagem em tudo parece que grudou na pele feito tatuagem.

 

São tempos de enormes paradoxos. De um lado, o discurso do politicamente correto que se ocupa em vigiar a criação artística, do outro, a prática de comprar produtos piratas para levar vantagem financeira. E quem acaba pagando a conta? O artista. Que, ao mesmo tempo, que vê o que criação sendo vigiada de um lado, acaba vendo sua obra sendo pirateada de outro.

 

A indústria da pirataria corre livre aos olhos de todos. Em cada esquina de cada cidade, deste país, tem um artista tendo sua obra pirateada descaradamente, e ninguém faz nada! Volte e meia uma notícia de um combate aqui, de outro combate ali, mas nada eficiente, e sabem por quê? É simples: Quem dis-cursa pregando o politicamente correto, escolhe nas bancas dos camelôs, os lançamentos piratas de CDs e DVDs que ás vezes ainda nem estão à venda.

 

Esses praticantes do politicamente correto fazem parte das pessoas que vivem num eterno paradoxo, pois não são capazes de por em prática aquilo que tanto pregam. O que eles deviam fazer era se ocuparem de combater de fato a pirataria das obras artísticas, os invés de ficar dando pitacos no que pode e no que não pode na criação do artista. Ou será que artista não tem direito de se locupletar com a sua obra?

 

Não haverá combate eficiente que ponha fim na indústria da pirataria, se o cidadão, dito comum, não mudar o seu conceito do que é certo ou errado. Se o preço está alto, se a obra é cara, a culpa não é do artista. Então, por que é ele que tem de sofrer na carne? A pirataria só é benéfica para um lado, o lado do crime, pois é ele que se alimenta cada vez que um artista é pirateado. Depois não adianta se por de politicamente correto e bradar contra isso.

 

A sociedade não pode virar ás costas para o artista dessa forma. A pirataria se combate pelas ações de cada cidadão, que renuncia a oportunidade de gastar menos, desestimulando a indústria do crime e fortalecendo a arte do país. É preciso que cada um tenha em mente, que a arte que lhes diverte é o ganha pão daquele que a exerce.

 

Antes de criticar uma obra artística e se comportar como vigilante do políticamente correto, coloque a mão na sua consciência e repense o quanto você não colabora para o engrandecimento da indústria da pirataria no país. Indústria pirata, todo cidadão tem sua parcela de culpa!