A cultura como fonte de renda

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Apesar de sempre ser relegada a um segundo plano e financiada quase sempre por migalhas dos orçamentos públicos, a cultura, assim como qualquer outro negócio, é sim uma fonte de renda e tem a capacidade de movimentar uma forte cadeia produtiva, que começa ainda na concepção do evento e vai até a sua realização.

Muito mais do que ser apenas uma opção de lazer e de entretenimento, a cultura é um negócio em franco crescimento dentro do país, pois, com a melhora do padrão financeiro, o estímulo para se investir em cultura tem movimentado todo setor. Dos “stand up comedys” aos grandes musicais inspirados nos sucessos da “Broadway”, é grande  o volume de produções.

Indiferente á falta de verba e de apoio governamental, muitas pessoas vem apostando no sucesso da arte e da cultura como sua fonte de renda e investindo talento, tempo e dedicação, na criação de novas opções de cultura. Fazer cultura de um jeito rentável, ainda beira a utopia, mas já se vislumbram as oportunidades de se viver de arte com dignidade.

Traçando um paralelo com outros negócios, a profissionalização da cultura tem contribuído, e muito, para esse salto, tanto de qualidade, quanto de rentabilidade. Pensar a cultura não apenas como lazer e entretenimento, mas sim como uma indústria que emprega mão de obra especializada, tem mostrado alguns bons resultados.

Embora pareça incompatível a relação entre arte e finanças, o uso da segunda, planejando, orçando e produzindo a primeira, pode garantir o sucesso e a rentabilidade do projeto e fazer com que a cultura, como cadeia produtiva, valha a pena. Mas, é claro que o artista tem que pensar muito mais em sua arte, a diferença é que ele precisa fazer sua arte rentável, para poder se dedicar, mais e mais á ela.

O artista de hoje, tem que fazer com que sua arte, faça parte da grande cadeia produtiva que movimenta o setor cultural, procurando levar lazer, entretenimento, reflexão, emoção, à quem lhe assiste e, poder fazer isso, não apenas como um simples “hobby” e sim, como sua profissão. Transformar sua arte em algo realmente profissional, não significa estar diminuindo a sua qualidade artística, muito pelo contrário.

Se o setor cultural está em franca expansão, movimentando a economia e sendo capaz de gerar emprego e renda, por que o artista, principal veículo de divulgação e execução da arte, tem de se colocar à margem disso tudo? A arte, sempre vai ser arte, mas o artista, como todo profissional que trabalha com cultura, precisa fazer da sua arte, a sua fonte de renda.