Por mais que procurem não dar importância e, às vezes, até menosprezar o teatro feito de forma amadora, é preciso deixar claro que se comete a maior das injustiças, pois é justamente entre os amadores, que a arte de fazer de Teatro, respira e se revigora dia-a-dia. É no Teatro amador que a arte se preserva e onde se é capaz de ver brotar novos atores de verdade.
Porque é no teatro amador que se vive de fato, toda a dificuldade que se tem para colocar um espetáculo em cartaz, a necessidade de se custear a produção, de viabilizar a montagem, muitas vezes com recursos ínfimos e escassos e compartilhados pelos integrantes do grupo. E é no teatro amador que se aprende a abdicar da própria vida em favor da arte.
Não podemos renegar, diminuir, ou até mesmo desdenhar de quem faz teatro de uma forma amadora devemos sim, louvá-los, pois, todos eles, são desprendidos de quaisquer outros valores, e, levam muito mais em conta a coisa artística do que o lado financeiro, e, em nome do teatro, preocupam-se apenas em mostrar a grandeza na arte de interpretar, esperando apenas alguns sinceros aplausos.
Muito me entristece quando desqualificam e diminuem os esforços destes “dom quixotes” do teatro, pois não leva-se em conta, nem mesmo a boa intenção de mostrar a arte do Teatro. É claro que muitos tem defeitos e mostram deficiência nas suas apresentações, mas, precisamos aprender a enxergar em cada uma dessas apresentações, a semente do teatro germinado, que, por certo, mante-rará viva a cultura teatral.
Seja na escola, na igreja, na associação de classe, a iniciativa de levar a arte do teatro para as pessoas, deve ser respeitada, pois, mesmo que não haja a mesma qualidade que se espera e que se encontra em produções de quem vive da arte do Teatro, a intenção de preservar a magia que a arte de interpretar desperta nas pessoas, precisa ser levada em conta.
Somente com a preservação do Teatro amador, onde se planta a semente do fazer teatral, que o Teatro sobreviverá. Quem achar que a má qualidade de quem produz teatro de forma amadora pode contribuir para a desvalorização da arte, pode estar comentando um grande equívoco, pois, que atire a primeira pedra, aquele que hoje é um artista famoso, que no início de sua carreira, não fez parte de um grupo amador.
O Teatro amador precisa ser respeitado e incentivado, ao invés de ser desqualificado e desprestigiado. Quem sabe, a contribuição dos que hoje já são unanimidades do meio teatral, não venha fortalecer e fazer com que o Teatro Amador continue sendo o grande celeiro de novos talentos do teatro nacional?
Os anos eram de chumbo, vivia-se uma ditadura violenta, a censura calava qualquer tentativa de manifestação contrária ao regime, mas apesar disso tudo, ainda havia quem pregasse a paz, o amor, buscasse a união em comunidade. e o artista, reunido em grupos, tinha a coragem de ousar, provocar, contestar e enfrentar àqueles que tentavam calá-lo. Por onde anda a ousadia do artista?
Hoje vivemos tempos de plena democracia, mas, uma ditadura velada, com uma censura tão ou mais ferrenha de que outrora, nos vigia com olhos de doberman e, além disso tudo, não existe mais respeito com as diferenças, busca-se sempre o conflito ao invés da conciliação, e o indivíduo se tornou mais importante que a comunidade, vivendo por status e poder. Por onde anda a ousadia do artista?
Outrora o artista provocava a sociedade careta e covarde que se escondia por trás de uma ditadura, hoje, o artista se esconde dos caretas desta sociedade politicamente correta. Por onde anda a ousadia do artista? Até quando o artista vai agüentar calado que falsos moralistas determinem e calem a manifestação artística? Logo o artista, que sempre andou a frente de seu tempo, não pode entregar os pontos assim, tão calmamente.
Já está mais do que na hora de ousar, provocar, cutucar, tirar a máscara desta sociedade que prega uma coisa e nos porões de suas vidinhas medíocres, prega justamente o contrário. O artista precisa ser a voz, a força para desmascar essa hipocrisia que nos ronda. A criatividade do artista tem de ser a arma contra tudo isso que vivemos hoje em dia. Retomemos a provocação, a ousadia de enfrentar os “nãos” da sociedade e vomitemos sobre ela, todo o nosso amor pela vida.
Não é possível, que pessoas de almas vazias, preocupadas em tecnologia e no seu próprio bem estar, levantem bandeiras contra tudo aquilo que vai de encontro ao que eles não querem ver exposto. Não é possível, que pessoas de comportamento reacionário, preocupadas em ganhar dinheiro e no que deixarão de ganhar por certos comportamentos, venham interferir na criatividade do artista.
O artista sempre se posicionou contra a caretice social, contra os bons costumes de uma sociedade hipócrita, sempre andou na contramão do que seria o certo para a maioria, por que, de uma hora para outra, perdeu sua ousadia? Por que tanto medo de enfrentar os reacionários desta sociedade careta e covarde de hoje em dia? O artista pode mais do que eles, pois só o artista é capaz de mostrar exatamente como eles são.
Ou o artista sai de trás de suas trincheiras e volta a provocar, a ousar, a contestar, a cutucar e a incomodar de fato essa sociedade careta e covarde que se esconde atrás do chamado politicamente correto, ou vai ser apenas encarado como um passatempo e uma diversão para aliviar o estresse desses hipócritas após mais um dia de trabalho.
Por que se faz plágio? Incompetência? Ignorância? Para ter um momento de fama? Ou por pura sem-vergonhice mesmo? O que leva alguém a copiar, manipular e usurpar a obra alheia para seu bel prazer? E os grupos que se prestam a compartilhar obras plagiadas, o que pensar deles? Talvez a certeza da impunidade contribua para isso, talvez!
Hoje em dia, se faz plágio de tudo, é de poesia, de artigos, de partes de livros, de textos de teatro, até de notícias existem quem tome os créditos para si. Não vai demorar muito e logo veremos alguns espertalhões fazendo plágio de bulas de remédios, se é que já não existe. Pra quê? Por quê? Será que não seria muito mais inteligente contatar o autor da obra? Tudo é tão simples, com tantas redes sociais não seria uma tarefa assim tão difícil.
Pois me digam: Qual o autor que não gostaria de ver seu texto publicado, sua peça encenada, seu filme rodado, sua opinião divulgada, sua música tocada? Até onde eu sei, nenhum autor escreve para deixar seus textos no fundo de uma gaveta ou escondido num canto de seu HD, embora eu já tenha feito isso. Mas isso é assunto para outro dia.
Pessoas que se utilizam do artifício do plágio para se colocar no mundo das artes, acabam ficando pelo caminho, quiçá na primeira esquina, pois plagiar uma obra é como querer copiar uma alma, e isso, por mais que se tente, não se consegue. É fácil copiar palavras, ás vezes, até trocá-las, mas copiar o que elas significam, jamais!
Quem pensa que fazendo plágio vai conquistar algum respeito, duvido que sim. Podem manipular, copiar, refazer, e até ganhar dinheiro com a obra alheia, mas nada disso vai apagar a marca pessoal de quem escreveu aquela obra, porque elas estarão lá, feito digitais.
Lamento profundamente com quem pensa que agindo assim, consegue ou conseguirá enganar alguém, engana-se a si mesmo, pois tudo o fará crer que se é o maior entre os maiores, mas que na realidade, não passará de um simples boçal. Escrever é talento, é trabalho, é construir com palavras o que cada alma tem a dizer, e não há plágio capaz disso.
O máximo que um plágio pode alcançar é um processo de indenização e manchas que macularão para sempre, a carreira de quem um dia pensou em ser um grande escritor.
Não é de hoje que a discussão sobre a programação da televisão movimenta os noticiários especializados neste veículo de comunicação. Muitos se queixam da baixaria e da falta de qualidade que se registra em todas as redes de televisão, indistintamente, mas, na minha opinião, a televisão, nosso velho veículo de comunicação, passa por uma enorme crise de identidade.
Aquela televisão que causou fascínio quando ganhou os lares brasileiros no começo dos anos cinqüenta e se tornou o melhor meio de informar e entreter a população, perdeu fôlego diante dos avanços tecnológicos e, a indecisão de qual linguagem usar para se comunicar novamente com o povo, tem produzido coisas desastrosas, não falo de mal-gosto, pois o gosto é muito subjetivo.
São programas apelativos, noticiários e programas sensacionalistas, uma enxurrada de programas repetitivos e requentados, que saturaram o telespecta-dor de tal forma, que a migração para outras mídias é quase um convite. Até mesmo as novelas, que sempre foram algo que mantinham o interesse do pú-blico, já dão sinais que estão enfrentando uma crise de comunicação.
É claro que falo por mim e pelo que vejo ao meu redor, mas usando a metodologia comparativa que é usada pelos institutos de pesquisas, não é difícil perceber que não estou sozinho. Sei até de pessoas, que apesar de acharam a tele-visão decadente, assistem aos programas apenas para terem o que argu-mentar nas redes sociais. Eu, realmente ando sem paciência para assistir tele-visão.
Acho que enquanto a televisão não encontrar a linguagem pela qual vai se comunicar com o seu público, vamos ter que acompanhar bons e maus programas, bons programas sim, pois há tentativas de se realizar coisas boas, procurando pescar novamente o telespectador, só que a quantidade ruim ofusca as poucas tentativas boas. Mas tenho certeza que essa nossa televisão de cada dia, que foi surpreendida pela popularização de outras mídias, ainda vai se recuperar.
Está certo que a mudança do perfil dos telespectadores, inclusive entre as chamadas, classes “C” e “D”, tem contribuído para esse quadro, pois a grande massa da audiência de hoje em dia, se concentra justamente nestas classes, e são elas que estão determinando as escolhas das grandes redes de televisão. Talvez, isso também esteja impactando nos números da audiência.
A televisão sempre foi o maior veículo de comunicação de massa, o que sempre soube falar com todas as classes, indistintamente, portanto, no momento em que a televisão reencontrar o jeito de se comunicar, aposto que a programação vai dar um salto de qualidade e fazer desta nossa velha amiga, a melhor opção para informar e entreter o povo.
Diante da polêmica criada sobre a liberação para captação de recursos para o blog de uma certa cantora famosa, fiquei trocando figurinhas com os meus botões e tanto eu como ele, chegamos a uma triste constatação: Por que artistas comuns tem que chorar por migalhas? Por que é tão difícil aprovar projetos de artistas sem expressão nacional? Ou será que estou completamente enganado?
Sou o que se chama de dramaturgo de gabinete, portanto nunca senti na pele a dificuldade de enviar um projeto para obtenção de autorização para captação de recursos para produção de meus textos, negocio apenas os meus direitos autorais com os grupos interessados, talvez, por isso, não conheça direito todo o processo, mas as vozes ressonantes que soam aos quatro ventos, dizem que a coisa é assim.
Já não é a primeira vez que polêmicas deste quilate tomam conta dos noticiários e das redes sociais, não por não ser legítimo, pois todo e qualquer artista, independentemente da sua fama, tem direito de usufruir o que a lei em vigor reserva aos artistas, o que parece ser é imoral, pode-se dizer até que anti-ético. Me digam: Que empresário não gostaria de fazer uso de renúncia fiscal e atrelar sua marca a um artista famoso?
É, o tema é realmente controverso e pessoas de ambos os lados vão achar que tem razão e, se analisarmos bem a situação, vamos perceber que no fundo, o direito de aproveitar os benefícios da lei é lícito para todos. Portanto, eu e meus botões chegamos a conclusão que o problema está no órgão governamental responsável pela aprovação. Aí reside o tumor de toda a celeuma.
Talvez, uma análise mais criteriosa dos responsáveis pela aprovação dos projetos, que deveria inclusive passar pelo efeito que tal decisão causaria na opinião pública, contribuísse para que todos não ficassem com uma sensação de injustiça, principalmente com tantos e tantos artistas que choram por migalhas para realizarem a duras penas, os seus projetos.
Imaginem só quantos e quantos projetos poderiam ser realizados se o montante autorização para captação do projeto da tal cantora fosse distribuído para companhias de teatro pelo interior deste país, por exemplo? Quantos festivais culturais? Quantos curtas-metragens? Quantas cidades poderiam oferecer cultura aos seus habitantes? Uma liberação como ocorreu para o tal projeto, acaba causando um mal estar desnecessário.
Que a lei é para todos os artistas, isso não discute, o que se cobra é que os órgãos responsáveis precisam ser mais criteriosos nas aprovações de projetos e procurar contemplar com os benefícios da lei, não só os artistas famosos e de grande reconhecimento popular, mas também aqueles que precisam chorar por migalhas para colocar na estrada os seus projetos.