Artista por completo

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Vocês hão de concordar comigo que é sempre bom assistir a um espetáculo onde os atores, além de mostrarem uma boa interpretação, são capazes de cantar e dançar com a mesma desenvoltura. Mas, uma coisa eu não consigo entender. Por que é que existe um certo preconceito com quem tenta flutuar entre duas artes, como interpretar e cantar, por exemplo?

São raros os artistas que não sofrem críticas quando resolvem transitar entre uma arte e outra, mesmo mostrando talento e condições para desenvolvê-las com grande desenvoltura.

É sabido que muitos artistas, que não estão preparados para executar uma arte diferente da sua, se aventuram em executá-la, recebendo muitas vezes, até elogios por suas atuações. Mas sabemos também, que muitas vezes, essa troca de arte, como um cantor interpretando, ou um ator cantando, são simples participações para garantir a audiência de certos programas, pois um artista completo que realmente leva a sério ás várias artes que domina, não consegue a mesma exposição.

Quando um ator sem grande expressão, tenta se lançar com um cantor, muitos torcem o nariz, pois duvidam de sua capacidade. O mesmo acontece ao inverso. Quando um cantor sem tanta popularidade, quer enveredar pelo caminho da interpretação, chovem críticas. É esse preconceito que acho estranho. Os artistas populares, podem tudo, mas o artista completo, não pode se dar a esse direito.

Ora, se o artista é completo, não interessa em que arte ele tenha maior visibilidade. O que interessa é que se ele tem talento suficiente para transitar entre várias artes, que o faça. O que podemos fazer é simplesmente aplaudir tamanha desenvoltura e talento.

Por isso, abaixo ao preconceito. Artista completo deve ser respeitado, pois ele não se fecha em torno de apenas uma arte. Não que quem não faça isso seja inferior. Um artista por completo, não tem limites para expor suas emoções, por isso necessita de várias manifestações artísticas. E cá entre nós, um espetáculo feito por um artista completo é muito melhor de assistir, não é mesmo?