A polêmica dos incentivos

  • Imprimir

Vira e mexe surgi na mídia uma nova polêmica em relação a lei de incentivos para custear projetos culturais, engraçado que essa celeuma toda acontece porque artistas consagrados fazem uso da lei para captar recursos e, assim, poder tocar os seus projetos. A polêmica da vez é o ex-ministro da cultura Gilberto Gil. Mas será que ele e os outros tem culpa?

 

Não estou aqui para defender o ex-ministro, nem o artista “a” e nem o artista “b”, estou apenas questionando a legitimidade que tais artistas consagrados tem em se beneficiar da lei para captação de recursos. É óbvio, que tais artistas, tem facilidades em conseguir patrocínios para executar os seus projetos, mas se tem a lei, que mal há em usá-la?

 

Crucificam o direito legítimo que qualquer artista tem, (pois na lei não tem nada dizendo que artista consagrado está fora deste processo) em se beneficiar da lei que permite levantar recursos através de incentivos, quando a questão da polêmica se reduz a lei, que não beneficia quem de fato deveria beneficiar. E quem seria? Os artistas que não são conhecidos, os artistas de circo, de teatro de rua, que lutam para apresentar sua arte ao público.

 

Que a cultura precisa ser fomentada, isso não se discute, mas sair toda hora achincalhando artista “a” ou artista “b” porque ele se valeu da lei, não acho nada justo. Quem conhece o fazer arte de perto, sabe muito bem o quanto custa produzir um espetáculo teatral, fazer um filme, ou até mesmo, entrando do âmago da celeuma, preparar um show musical.

 

O problema é que os grandes patrocinadores, inclusive as empresas do governo, não se mostram nada interessados em custear projetos de artistas desconhecidos e a burocracia que ainda trava as rodas do crescimento do segmento cultural, dificulta ainda mais.

 

Parece que existe um pequeno sinal no fim do túnel com a edição da nova lei de incentivos, que procurou olhar melhor para os setores menos favorecidos da cultura, eu, não boto muito fé, vamos esperar. Só acho que a polêmica vai continuar, com certeza, pois a lei é de incentivos a projetos culturais, isso subentende que qualquer artista vai poder se beneficiar dela, seja ele, Caetano Veloso, Gilberto Gil, ou o Zé da esquina.