O prazer de escrever

Antes de escrever este primeiro artigo do ano, parei muito tempo em frente a tela branca do computador pensando no que falar. Já falei de vários assuntos, por diversas vezes e das mais variadas maneiras, mas não tinha como não ser repetitivo neste primeiro artigo, pois o assunto que abordarei nas próximas linhas trata do que impulsiona a minha jornada de escritor: o prazer de escrever.

 

É ele que me faz chegar em casa depois de um dia estressante no escritório e ao invés de debruçar o corpo cansado na cama, me coloca, ainda mesmo antes de um banho renovador, na frente da tela de meu computador, sedento para escrever algo. Não importa se será uma poesia, um conto, uma peça de teatro, um artigo como este, ou apenas frases e palavras soltas que talvez jamais se tornem alguma história.

 

O prazer de escrever é o que me faz continuar a trilhar os caminhos das palavras, sem me importar com o anonimato ou com a fama, se gostarão ou não do que escrevo, se um dia lerão, ou não as minhas histórias, minhas poesias, se um dia encenarão minhas peças, ou produzirão meus roteiros, apenas me basta escrever e só. Tem dias que escrever é minha redenção.

 

Quando leio sobre essa questão de bloqueio, sobre arremedos de histórias espalhadas no disco rígido do computador e de idéias soltas na cabeça, das dificuldades em escrever e terminar uma história, até chego a me identificar, pois quem é que já não teve momentos de pouca inspiração? Confesso que cheguei a me incomodar muito com algumas situações desse tipo, mas o prazer de escrever sempre me resgatou.

 

Se a história não vinha, largava ela de lado e escrevia uma poesia, se a poesia não vinha, escrevia um artigo, se um artigo não vinha, escrevia sobre qualquer coisa e depois de horas escrevendo sobre o nada, voltava lá e apagava tudo, pois o prazer de escrever sempre foi maior. E foi assim, reconhecendo que escrever me dá realmente prazer, que larguei de mão as minhocas que rondavam minha cabeça sobre as dificuldades de escrever. Pois como posso me preocupar com as dificuldades de escrever, se sinto prazer em escrever?

 

Eu sempre gostei de escrever pelo prazer que isso me dá e nunca tive a pretensão de me tornar um acadêmico inquestionável, aliás, nem tenho formação para tanto, nem tão pouco ser uma unanimidade na arte de escrever, sou bem crítico para saber o valor do que escrevo. Na verdade, quando vou escrever, principalmente uma história, pouco me importar o que acharão, aliás, isso é o que menos passa pela minha cabeça, pois se me preocupar com isso, estarei abrindo mão do prazer de escrever pelo medo do que acharão.

 

E assim, neste ano que se inicia, espero poder ter muitas oportunidades de manifestar o meu prazer de escrever e muitos desafios para praticar minha escrita, seja através de peças de teatro, poesias, contos, roteiros para cinema, ou quem sabe ainda, minisséries e até mesmo novelas de televisão? Mas de uma coisa não abrirei mão: o prazer de escrever.