A Ópera Garnier, ou Palais Garnier, é uma casa de ópera projetada pelo Arquiteto Charles Garnier (1825-1898), que venceu o concurso público em 1861 realizado para escolher que seria o arquiteto. A construção, liderada pelo Barão Georges-Eugène Haussmann, começou em 1861, e enfrentou vários contratempos e paralizações devido à muitos incidentes, como a Guerra Franco-Prussiana e a Comuna de Paris.
Outro problema também enfrentando pelos construtores foi o terreno: extremamante pantanoso. E devido à essa enorme presença de água no subterrâneo, foram obrigados a construir no subsolo um enorme reservatório de água, com muitas galerias subterrâneas.
Após mais de dez anos de obras, o Palácio Garnier foi finalmente inaugurado em 15 de janeiro de 1875, em cuja ocasião foi apresentada a ópera A Judia de Fromental Halévy, bem como alguns trechos de Os Huguenotes.
O enorme edifício possui uma área total de 11.000m2 e o gigantesco palco consegue acomodar mais de 450 artistas ao mesmo tempo. Nos detalhes arquitetônicos, pode-se apreciar muitas estatuas e luxuosos ornamentos (dentro e fora).
O Palais Garnier e o Fantasma da Ópera
Então quer dizer a história do Fantasma da Ópera é real? Em partes. Primeiro é preciso entender o que é O Fantasma da Ópera, pois muitas pessoas hoje em dia associam a obra à Andrew Lloyd Webber, que o produziu na Broadway e definitivamente imortalizou a obra.
Mas a história original (não muito diferente do musical) é de autoria do francês Gaston Leroux. Que escreveu o romance gótico de mesmo título (Le Fantôme de l'Opéra). O cenário dessa obra (assim como o músical de Webber) nada mais é do que o próprio Palais Garnier (Ópera de Paris).
É agora que começa a confusão: Baseado em fatos reais ou pura ficção que se passa num "lugar real"? Dizem que toda mentira tem um fundo de verdade, e a obra de Leroux não é exceção. O autor resolveu escrever o obra após visitara Ópera e conhecer partes do famoso lago subterrâneo (aquele construído como reservatório para regular o terreno). Ele também se perdeu pelas inúmeras portas, e corredores. Mas o fato que mais o inspirou foi o incidente com o gigantesco lustre do teatro (quem conhece a obra sabe que esse incidente é praticamente um símbolo). Pois bem, esse incidente realmente aconteceu, o lustre despencou do teto. Histórias de assombraçoes começaram a correr pelos corredores do teatro através dos funcionários. Estava aí a inspiração para Leroux produzir a genial e comovente obra eterna.
Conheça o Cirque du Soleil
O canadense Guy Laliberté, resolveu, certo dia, investir mais sua vida para a arte. Rodou por alguns países sobrevivendo como artista e músico de rua, mas nada que o destacasse ou desse retorno. O fato é que, depois dessa "humilde turnê", ele retornou ao Canadá (por volta de 1979), onde, sem dinheiro ou sequer trabalho, viveu por um tempo do salário-desemprego.
As coisas começam a mudar quando, jutamente com alguns amigos - dentre eles, um chamado Daniel Gauthier - começou a organizar bazares e outros pequenos eventos artísticos, onde conseguiram agrupar alguns artistas talentosos. Foi aí que decidiram fazer uma turnê com suas apresentações. Mas logo isso se mostrou impossível por falta de dinheiro. Mas não desistiram. Convenceram o governo canadense a financiar o projeto, que chamaram de Les Échassiers de Baie-Saint-Pau. Contrataram vários outros artistas e finalmente realizaram sua turnê em 1980.
Apesar de ter sido bem recebida pelo público, a turnê não arrecadou dinheiro suficiente e o projeto foi à falência. Continuaram tentando com outros projetos e apresentações - até mesmo oficinas circenses. Conseguiram em 1983 mais um financiamento do governo de Quebec, que doou U$1.5 milhão para que o grupo organizasse uma produção para o ano seguinte, data em que Quebec comemoraria o aniversário de 450 anos. Foi então que surgiu o Le Grand Tour du Cirque du Soleil.
A partir daí, passando por problemas e dificuldades, o grupo, dirigido e comandado pelo próprio Guy Laliberté, seguiu uma carreira vertical de sucesso. O motivo dessas conquistas está na inovação presente em todos os projetos e turnês do grupo. Se tornou um circo novo, com tendências de várias épocas e partes do mundo, músicas próprias e executadas ao vivo durante as apresentaçõe, cenários criativos e artistas fantasticamente abilidosos e dedicados.
Guy Laliberté, aquele homem que vivia de salário-desemprego, está hoje na lista de bilionários do mundo. O nome Cirque du Soleil, foi classificado como o 22# nome de maior impacto no planeta.
O Cirque du Soleil conquistou vários prêmios e hoje conta com mais de 3.500 empregados em 40 países e apresentando aproximadamente 15 espetáculos consecutivos pelo globo.
Assista abaixo trechos do espetáculo Alegria:
Esperando Albee
Nas últimas dez edições do Prêmio Nobel de Literatura, as escolhas só nos apresentaram cinco nomes incólumes: J.M. Coetzee (2003) e sua escrita enxuta; Günter Grass (1999), com suas metáforas; José Saramago (1998) e a prosa estilística, Harold Pinter (2005), ainda sujeito a ressalvas e Orhan Pamuk(2006) e sua literatura política. Mas esqueçamos os outros e foquemos em Pinter. Eu sempre acreditei que se algum dramaturgo deveria receber um Nobel nos anos 2000 este nome teria que ser o do norte-americano Edward Albee (Quem tem medo de Vírginia Woolf?, Três mulheres altas e Um equilíbrio delicado), mas tudo bem, Pinter é um grande dramaturgo, infinitamente superior a Dario Fó (que recebeu o prêmio em 1997), embora muito aquém de Luigi Pirandello, Eugene O’Neil e Samuel Beckett, respectivamente detentores do prêmio em 1925, 1936 e 1969. Não nego seu papel no que tange à revolução da linguagem, Pinter é sem dúvida o maior dramaturgo britânico pós-guerra. Dizem até que a escolha foi política, pois a cada guerra que eclodia lá estava Pinter vociferando. Mas o inimigo declarado de Bush e Blair, que até já chamou o último de “poodle perigoso” e os EUA de “império criminoso do mal”, escorregou no quiabo e apoiou, de forma que ainda discreta, o ex-ditador iugoslavo Slodoban Milosevic quando da intervenção da OTAN, e mesmo assim nunca teve o peso político de uma Susan Sontag. Sobre suas peças, jogos de opressão, sempre com seus humilhados e ofendidos, torturados e torturadores, na maioria das vezes de forma subjetiva.
Pinter nasceu em 1930, num bairro de classe média londrino, filho de um alfaiate judeu: viveu o horror dos bombardeios nazistas, experiência que o marcou profundamente. Nas suas primeiras peças percebemos a influência de Kafka, que o autor já lia na escola. Sempre rebelde, abandonou uma bolsa de estudos da Royal Academy of Dramatic Arts e quase foi preso por se recusar a servir ao Exército. De início tentou a poesia, mas seguiu para a dramaturgia, mas não sem alvoroço. A peça A festa de aniversário (The Birthday Party, 1957) ficou menos de uma semana em cartaz, apesar do tema instigante: dois estranhos resolvem comemorar o aniversário de um vagabundo. Na verdade, são dois inquisidores tentando enlouquecer o pobre Stanley. “Críticos são desnecessários”, já disse Pinter. Outra peça sua muito famosa é A volta ao lar (The Homecoming, 1964), que nos apresenta um inglês que retorna dos EUA para apresentar a noiva à família decadente: o pai traído pela esposa com o melhor amigo, logrado pelo irmão e rodeado por filhos igualmente frustrados. Mas não podemos esquecer de Língua da Montanha (Mountain Language, 1988), texto de apenas 24 minutos, onde na prisão de uma capital qualquer uma mulher vai visitar o marido e não consegue se comunicar com o oficial, que nega a existência de sua língua. E também de A saideira (One for the Road, 1984), texto inspirado em Wittgenstein, sobre o preceito moral de se calar quando nada mais se pode dizer ou se tem a comunicar. Não podmeos esquecer também de Velhos Tempos (Old Times, 1971), um jogo no qual o marido e uma amiga disputam a posse pela memória da mulher.
Encenou muitas de suas peças, além de textos de James Joyce, Simon Gray, Robert Shaw, William Archibald, Noel Coward, Robert East, Jean Giraudoux, Tennessee Williams, David Mamet, Ronald Harwood e Reginald Rose. No cinema escreveu diversos roteiros, dentre eles O criado (The Servant, 1963), O mensageiro (The Go-Betwen, 1970, Palma de Ouro em Cannes em 1971) e O último magnata (The Last Tycoon, 1975), baseado na obra de F. Scott Fitzgerald e dirigido por Elia Kazan. Seu gosto por desafios o levou a adaptar o “infilmável” Em Busca do Tempo Perdido (A La Recherche Du Temps Perdu) em 1972, que obviamente não saiu do papel, ao contrário de outra obra difícil que adaptou, A Mulher do Tenente Francês (The French Lieutenant's Woman, 1980), realização de Karel Reisz.
Quem quiser comprar um livro com textos traduzidos de Pinter, no Brasil, esqueça! Não há! Nos anos 70 a coleção Teatro Vivo da Abril Cultural lançou A volta ao Lar, com tradução de Millôr Fernandes, mas é provável que quando você o encontre nos sebos tenha que sair no braço pelo exemplar. Mas pode-se encomendar em Portugal (ele é um dos autores mais encenados na terra de Gil Vicente), pois a editora Relógio D’água lançou Teatro I e II (2003), que reúne suas peças mais expressivas e a Quasi Edições lançou Guerra (War, 2003), um livro de poesias “meia-boca”, contrário a guerra do Iraque.
No Brasil, o grande “pinteriano” é Alexandre Tenório, que agita São Paulo com ciclos, palestras e produções. “Ele ainda é pouco encenado, principalmente seus trabalhos mais recentes” afirma Alexandre, tradutor e diretor que em 2004 organizou um ciclo de leituras com seis peças inéditas do autor. Porém, no Brasil, quem realmente comemorou o sucesso de Pinter foi o ator Selton Mello (que está estupendo em O cheiro do Ralo); que dividiu o palco com Cláudio Corrêa e Castro sob a direção de Ítalo Rossi (melhor encenador de Pinter no Brasil) em A luz de vela entre 1995 e 1998, num papel que o projetou como grande ator de teatro, sendo até indicado ao Prêmio Shell de melhor ator. Em 1999, Mello produziu e atuou em O Zelador (The caretaker,1959), peça que ficou cinco anos em cartaz, dirigida pelo estreante Michel Bercovitch. Na peça sentimos as neuroses de dois irmãos que vivem em um apartamento no mais remoto dos subúrbios londrinos. A ação começa quando Aston - ex-interno de um hospício e um apaixonado por quinquilharias - salva de uma briga Davies, um velho e rabugento mendigo que ele acaba levando para casa, apesar da forte oposição de seu irmão Mick. Os dois começam então uma luta pelo poder no meio do nada, chegando mesmo a propor, sem que um saiba da decisão do outro, que o mendigo se torne o zelador do prédio. Em cena, além dos silêncios e das metáforas, problemas como a falta de moradia, o racismo e a opressão. A encenação de Bercovitch uniu traços de Kubrick (a quem o espetáculo é dedicado), Lynch, Bergman e filmes de bangue-bangue para tornar o texto de Pinter ainda mais anárquico, com referências aos quadrinhos de Frank Miller (criador da série O Cavaleiro das Trevas, de Batman) e Will Eisner (criador de Spirit). Tendo o palco recheado de budas em todos os tamanhos, o cenário elaborado por Eduardo Filipe apresenta ainda sobras de um aparelho de rádio, rodas de bicicleta, um balde e uma motocicleta quase pré-histórica. O Zelador, sob o título de O Inoportuno, foi encenado pela primeira vez no Brasil pelo Grupo Decisão, em 1962, com Fauzi Arap, Sérgio Mamberti e Emílio de Biasi sob a batuta de Antônio Abujamra. A incomunicabilidade humana é um dos temas prediletos de Pinter (se você, caro leitor(a), gosta do tema, leia o francês Bernard-Marie Koltés), já que seus personagens exprimem exatamente aquilo que lhes vem à mente, muitas vezes emergindo direto do inconsciente.
No dia 10 de dezembro de 2005 Pinter recebeu mais de um milhão de Euros, quem imaginou que ele faria uma graça, doando parte a algum grupo revolucionário de esquerda ou coisa parecida(Becket doou a mendigos seu dinheiro do prêmio), se enganou, mas ele também nos pregou uma boa peça, em fevereiro de 2006 disse que abandonaria a dramaturgia (escreveu 29 peças) e se dedicaria à poesia. Uma grande perda para a dramaturgia e nenhum acréscimo para a poesia mundial.