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Um bordel, onde toda a gente pode ser, depravadamente, o que sonha ser. Assim, há o juíz, o bispo, o vagabundo, o general, a rainha. Mas ninguém quer ser o polícia.
A dona do bordel: a rainha. De algures, surge um personagem que é o emissário da corte. Mas, depois de tudo, já não se sabe se é real ou se é mais uma perversão imaginária do bordel. Onde existe uma prostituta que é o símbolo da resistência. E, ao longe, o som de metralhadoras.
Quando a peça O Balcão estreou em São Paulo, em 1969, Jean Genet foi hospedado por Ruth Escobar, produtora da montagem. Ficava até tarde da noite contando suas aventuras e, nas primeiras horas do dia, invadia a cama dela e do marido, Carlos Henrique Escobar, para continuar os relatos sobre a vida bandida. Nem tudo era verdade. Como quase tudo sobre suas experiências. Jean Genet usou a literatura autobiográfica para se inventar como mito. Foi tão bem-sucedido que o valor de sua obra, mais comentada que conhecida, foi ofuscado pela existência narrada por ele. Essa foi a maior barreira para o escritor americano Edmund White desfazer o nó de fatos vividos e imaginados em Genet: uma Biografia. 'Ele fazia ficção sobre a própria vida, mas a maior parte era mentira', disse em entrevista a ÉPOCA. 'Descrevia-se como alguém mais perigoso do que realmente era para se valorizar.'
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