Estamos vivendo na era da imbecilidade, tamanha são as coisas que vimos e ouvimos na mídia. As pessoas perderam a noção do ridículo, parecem que todas estão acometidas de um mesmo mal, a síndrome da imbecilidade adquirida.
Em busca de pontos no IBOPE, ou na busca desenfreada de se alcançar o sucesso, o que vemos através da mídia é uma enxurrada de imbecilidades e futilidades. Sâo mulheres frutas disputando o mesmo prato para serem servidas como sobremesas após as festas. É uma diputa descabida para se ver quem tem o maior silicone. São discussões rasas e sem a menor importância.
Não consigo encontrar uma explicação lógica para que Redes de Televisão, que diga-se de passagem são concessões públicas, abram tanto espaço para essas imbecilidades. E vem um tal de créu, uma tal dança do quadrado, coisas que agridem a inteligência humana. Isso só pode ser explicado como uma doença e em alto estágio de evolução, pois não é possível admitir que exista lucidez em quem faz ou exibe coisas desse nível.
É uma pena, pois as pessoas que por condições adversas não têm acesso à cultura, acabam sendo contaminadas por toda essa imbecilidade, então, isso é sim uma doença contagiosa. Se você parar dois segundos e prestar atenção, acaba sendo hipnotizado. Isso é uma praga, sem sombras de dúvidas!
Precisamos encontrar de qualquer maneira o antídoto contra essa doença, pois as pessoas estão sofrendo uma mutação genética... Olha aí, não falei?... Já estou contaminado pela futilidade. Acabei caindo em tentação e estou aqui falando de mutantes, tal e qual uma certa novela.
Acho que necessitamos de um milagre, pois parece que estamos sim, acometidos por um mal, um mal tal aqueles descritos em uma tragédia grega e que destruirá toda a parcela da população inteligente. Parece que estamos sem saída!
Então, quem tem fé em algum santo, que reze. Quem tem fé em algum orixá, que peça. Quem tem qualquer religião, que clame por um milagre, pois, na velocidade que as coisas estão evoluindo, logo, logo, estaremos todos contaminados pela síndroma da imbecilidade adquirida. Salvemo-nos enquanto podemos!
Longe dos bancos escolares, posso apostar que são poucas as pessoas que têm o conhecimento em que dia se comemora o folclore brasileiro, mas por outro lado, arrisco com toda a certeza, que a maioria sabe o dia em que os americanos (e nós, por tabela) comemoram o seu "halloween".
Por que a valorização de uma data que nada tem a ver com a nossa cultura?
Uma análise fria da situação, mostra que a falta de valorização das nossas raízes e da nossa cultura popular como um todo, acabou deixando uma lacuna que foi sendo preenchida (com a ajuda do comércio, diga-se de passagem) por outra cultura, transformando uma data tipicamente americana, mais importante do que o dia em que se comemora nosso folclore.
Acho que está mais do que na hora de se fazer um movimento de valorização às nossas lendas, aos nossos "causos populares". É hora de se fazer chegar á maioria da população, a necessidade de se manter viva nossa cultura popular, para que nossa história não se perca pelo caminho. É chegada a hora do governo incentivar a comemoração desse dia, buscando assim, um resgate cultural.
Cada Estado, cada Cidade desse país, tem suas lendas, sua cultura, sua raízes, e todas elas juntas, foram e são importantes para a construção de uma identidade cultural. Mesmo que você seja descrente das histórias do Lobisomem, da Mula-sem-cabeça, do Saci-Pererê, do Neguinho do Patoreio, da Vitória Régia e de tantas outras que povoam o imaginário popular, elas, de uma maneira ou de outra, influenciaram e influenciam sua formação, mesmo que você diga que não.
Se temos uma data em que podemos comemorar a grandiosidade de nossa cultura popular, por que não fazemos? Não basta apenas que a comemoração seja feita no âmbito dos bancos escolares, há de se fazê-la em todo o país, nem que para isso, num primeiro momento, institua-se o "feriado nacional do folclore brasileiro".
A preservação de nossas lendas é fundamental para que não percamos nossa identidade e para que possamos nos diferenciar culturalmente de outras nações. Então, que cada brasileiro, faça do dia 22 de agosto, um verdadeiro dia de festa em comemoração a nossa cultura popular.
Engana-se aquele que acha que só existe teatro de qualidade no eixo Rio-São Paulo. O fato de serem grandes Capitais, não dá a nenhuma delas, status de Capital do Teatro, tanto que os Festivais de Teatro mais importantes do país, não acontecem em nenhuma das duas cidades. Um é em Curitiba e o outro em São José do Rio Preto.
É certo que a pujança econômica das Capitais do eixo Rio-São Paulo é capaz de oferecer maiores oportunidades, melhores espaços, maior visibilidade, mais chances de realizar um bom trabalho, mas, longe das Capitais, também se faz muita coisa boa sim senhor!
O fato de não se estar em nenhum Capital, não lhe faz melhor ou pior de quem esteja por lá, o que vale realmente é ter o trabalho desenvolvido e isso, pouco tem a ver aonde ele esteja sendo realizado, planejado ou executado. Em qualquer lugar se pode fazer um teatro de qualidade, por muitas vezes, muito melhor do que se apresenta nas grandes Capitais.
Apenas se deve tomar cuidado para não se fecharem em copas e partirem para atitudes provincianas, do tipo "só aqui tem coisa de qualidade", ou "só presta o que é daqui". Atitudes assim, podem minar um lugar com enorme potencial artístico e transformá-lo em um lugar nada produtivo, pois o intercâmbio é salutar em quaisquer atividades, certo? Só assim, crescemos, nos desenvolvemos e nos tornamos capazes de realizar um trabalho cada vez melhor.
Não se desiluda se você estiver longe demais das Capitais, isso não quer dizer que você não seja bom o suficiente, ou que não realize um teatro de qualidade, é apenas sua localização geográfica, mesmo porque, nas Capitais, muita coisa de gosto duvidoso e de caráter unicamente financeiro, ocupa espaços de muita coisa boa, que por vezes, fica escondida em pequenos teatros em centros culturais.
Cada cidade pode ser um pólo cultural e oferecer à população, um teatro de qualidade, só se precisa pensar nesse público, como alguém que mereça receber o melhor do que você tenha a oferecer e assim, a distância das Capitais, principalmente as do eixo Rio-São Paulo, não será tão longa quanto possa parecer.
Teatro se faz no palco, com boas histórias, com bons atores, com bons diretores e isso, não está restrito às Capitais. Teatro de verdade não precisa ser feito apenas nas grandes cidades, cada um pode fazer da sua cidade, uma Capital do Teatro. Tudo que se precisa para isso, pode ser encontrado em qualquer lugar, pois sempre haverá um ator e sua força inesgotável de querer levar ao público a arte do Teatro e isso também, jamais estará restrito ao eixo Rio-São Paulo.
- Será que para fazer teatro, eu preciso ter um outro emprego que me dê estabilidade?
Essa pergunta foi feita por uma estudante de teatro para a nossa diva maior Fernanda Montenegro num programa de entrevistas. E daí veio a resposta da mestra:
- Desde que seja um emprego relacionado com ele.
Concordo plenamente em gênero, número e grau com a sua colocação... Que estabilidade é essa? A “instabilidade” do teatro é a mesma instabilidade que existe em qualquer outra profissão. Se hoje estou “estável” numa empresa, amanhã pode haver um grande corte de funcionários e, estarei no olho da rua.
Confesso que não é fácil comer miojo com ovo todos os dias (estou exagerando, evidentemente, mas já passei por isso). Mas quantas pessoas que trabalham em outros empregos considerados “estáveis” e não comem a mesma coisa?
Conheço muita gente que é advogado de dia e ator à noite. São profissões completamente distintas. Mas não recrimino. Sei que vivemos num mundo capitalista e que sem dinheiro não fazemos nada. Dizem que o homem vale o mesmo que tem no bolso. Menosprezo essa frase. O homem vale pelo que é, não pelo que tem. Como já disse outras vezes, odeio frases feitas, mas na impossibilidade de encontrar outra, acabo usando-as quando necessário.
São escolhas, se o cara quer ser advogado e fazer teatro por “hobbie”, beleza, vai fundo. Só que não vejo o teatro como “hobbie”. Agora se o cara quer ser ator e não coloca o teatro em primeiro plano e sim uma outra profissão que em nada tem a ver com a arte da interpretação, sinto dizer, mas o teatro não é pra ele.
E também não adianta trabalhar uma vez por semana ou aos sábados e domingos. O teatro, como qualquer outra profissão, tem que ser diário, com a mesma carga horária da outra profissão. As pessoas não trabalham em média 8 horas por dia? Aí você marca um ensaio de 8 horas e o fulano reclama: “É muito tempo.”
Muito tempo, mané? É a carga horária de qualquer trabalhador. Por esse motivo você não consegue pagar as suas contas. Ensaia três ou quatro horas e depois encosta a barriga num balcão de bar e com um copinho de cerveja fica reclamando da porra da profissão em seus devaneios de bêbado. Se apresenta uma ou duas vezes por semana num espetáculo de uma hora e diz que não consegue ficar rico... Faz-me rir, babaca... Merece ficar rico quem trabalha das 8 às 18 horas num emprego e das 19:00 às 00:00 horas em outro de segunda a segunda. Esse sim, merece ficar rico porque TRABALHA.
Tem muitos atores que fazem dois ou três espetáculos por dia – um infantil a tarde, o outro no horário nobre e o terceiro à meia-noite. Sem contar aqueles que fazem teatro, TV e cinema ao mesmo tempo. Será possível? É possível. Tem ator que faz isso e que merece todo o nosso respeito.
E os grupos, como o meu, que sobrevive da bilheteria? Cada apresentação é uma incógnita, porque nunca sabemos quanto vai entrar de grana. Mas uma porcentagem da apresentação de hoje, na de amanhã, na de depois de amanhã, some tudo e veja quanto dá. Pode ser uma micharia que, acrescentada com suas outras atividades no mesmo ramo – em outros espetáculos ou em outras atividades, te dará uma certa estabilidade financeira. Mas é preciso ralar, meu chapa, ralar muito. E tem mais, se você não se arriscar, não colocar a cara a tapa, quem vai saber que você é artista?
Eu poderia cobrar por cada linha que escrevi e escreverei de todos esses artigos. Não ganho nenhum centavo. Faço isso por puro prazer. Escrever pra mim é um hobbie. Eu descanso, escrevendo. Acredito que todo artista deveria fazer do trabalho o seu momento de lazer. Tatiana Belinky sempre diz que: “o artista descansa trabalhando”. Agora, grana é conseqüência de muito trabalho.
Ivani Ribeiro disse certa vez: “Trabalho é esforço. Se nos esforçarmos bem, o trabalho sairá sempre melhor.” E é com a frase desta grande novelista, falecida em 1995, que encerro mais um artigo.
Estou muito preocupado com o que anda acontecendo com os meios de comunicação. Sempre detestei programas de fofocas. Pouco me importa se a Cicarelli trepou na praia com o namorado, se a Leila Lopes atuou num filme pornô, se Ronaldinho trepou com os travestis e muito menos tenho interesse em saber quem é homo, hetero ou bissexual. Cada um faz o que quer e ninguém tem nada com isso. Se importem menos com a vida dos outros.
Fico emputecido quando assisto programas que só exploram a vida pessoal de determinado artista e esquecem o lado profissional. A mídia, a cada dia que passa, está cada vez mais alienada. Não temos mais uma programação inteligente, com conteúdo, salvo algumas raríssimas exceções.
Diariamente somos bombardeados com dois tipos de programas: aqueles que só promovem a vida íntima dos artistas e àqueles que exploram a miséria humana. O tema de hoje é: "Meu marido é pão-duro", o de amanhã é: "Meus pais agem como adolescentes" e daí pra pior. Não consigo entender como as pessoas se submetem a isso – chego a pensar que são atores improvisando aquelas situações dantescas. Por que isso acontece? Por que não colocar em pauta temas mais úteis e de interesse público?
Porque não é interessante. Quanto menos a população souber sobre política, sociologia, filosofia, educação, cultura, melhor, porque não terão argumentos pra debater, pra modificar o mundo em que vive. O Brasil é um país de gatos. A população é acomodada. Basta alguém fazer um belo discurso pra engrupir o trouxa. Onde estão os caras-pintadas? Não se trata de fazer baderna, mas de lutar pelos seus direitos. Todo mundo tem direito a educação, a moradia, a saúde. São coisas fundamentais para o ser humano. A população, ao que parece, não consegue mais raciocinar.
Quem emburreceu? A mídia? A população? Ou eu?, que não consigo engolir essa punhetagem toda.
E porque os melhores programas e filmes só vão ao ar altas horas da noite quando a maior parte dos telespectadores estão dormindo? Esse horário não poderia ser reservado para os peitos, as bundas e os closes ginecológicos da Mulher Melancia, da Mulher Moranguinho, da Mulher Pêra, Mulher Uva, Mulher Maçã, Mulher Salada-Mista? Enfim... se continuarmos assim, não sei onde vamos parar.
Adoraria que esse quadro se revertesse, que a mídia não "fizesse a cabeça", mas que "abrisse a cabeça" das pessoas, tirando-as da inércia, da apatia e da alienação.
Aqui vai um recado para os fofoqueiros de plantão (não é culpa minha se lhe serviu a carapuça): se importem menos com a vida dos outros...
Pode parecer que não, mas existe uma enorme diferença entre uma peça de teatro e um espetáculo teatral, mesmo que muitos nem percebam, aliás, ás vezes, até quem participa de um ou de outro não se atenta para essa diferença e acha que está fazendo um quando na verdade está fazendo o outro. Mas, podem apostar, essa diferença existe.
Uma peça de teatro, seja ela, infantil, ou adulta, apresentada no palco, ou na rua, se caracteriza por mostrar algo muito maior, não no sentido da grandiosidade cênica, mas sim de maior na essência teatral, pois o que deve ser levado em conta quando da montagem de uma peça de teatro, é o trabalho do ator, a história que se quer contar, necessita-se de um trabalho mais apurado. Em uma peça de teatro a preocupação está no conteúdo do texto e na interpretação do ator.
Já quando se trata de um espetáculo teatral, a coisa é concebida de uma outra forma, se leva mais em conta o efeito visual, preocupa-se com um cenário bonito, com a sonoplastia, o figurino e é justamente a mistura desses elementos que acaba encantando o espectador, até mesmo em detrimento do texto e das atuações.
Não que um seja melhor e o outro pior, são apenas diferentes. O que deve ser feito é se atentar na proposta e na concepção artística que o diretor ou grupo de teatro quer dar a apresentação. Muitas vezes o foco é de se fazer um espetáculo grandioso, outras vezes, opta-se pelo trabalho de conteúdo. Aí reside a tal diferença.
Essa é uma diferença que passa despercebida pelo público em geral, pois nós que estamos envolvidos com a arte, sabemos que a maioria não tem uma cultura no teatro para fazer esse discernimento e portanto, isso não lhe faz a menor diferença, mas nós precisamos estar atentos para isso.
Mas, não podemos montar uma peça de teatro com ares de espetáculo? Claro que sim! Só que para isso, precisamos primeiramente definir o que queremos, se dar prioridade a uma história de conteúdo contundente onde as interpretações são mais importantes que o cenário, figurino, ou sonoplastia, mesmo que todos eles sejam grandiosos, ou se optamos para a grandiosidade cênica ao invés do conteúdo dramático.
É claro que na soma de tudo, seja a apresentação de uma peça de teatro, ou de um espetáculo teatral, o mais importante é fazer chegar ao público geral, um pouco mais de cultura.