Artigos Diversos

Sobre a Arte do Ator

Dias desses estava fazendo uma faxina na minha estante de livros, limpando a poeira dos mesmos e peguei o primeiro livro sobre teatro que li na minha vida, intitulado A ARTE DO ATOR, de Richard Boleslavski, ensaios do autor com duas personagens: Eu (o mestre-diretor) e a Criatura (a discípula-comediante) onde o mestre dialoga com a aluna sobre as Primeiras Seis Lições: Concentração, Memória da Emoção, Ação Dramática, Caracterização, Observação e Ritmo. Foi um livro extremamente importante para o meu desenvolvimento como artista e sugiro a todos que o leiam.

Enquanto folheava o livro, me veio a mente uma avalanche de imagens e sensações da época em que comecei no teatro amador. Lia coisas que não entendia direito, assistia a filmes de arte, que na época achava um porre, mas à medida que fui crescendo e amadurecendo, percebia a importância deles e hoje, são os meus prediletos.

Não sei como seria o meu trabalho hoje se não conhecesse o cinema de Akira Kurosawa (Sonhos), Federico Fellini (Amarcord), Pièr Paolo Pasollini (Teorema), Pedro Almodóvar (Ata-me), Krzysztof Kielowski (A Liberdade é Azul), Quentin Tarantino (Pulp Fiction), Wim Wenders (Asas do Desejo), Wood Allen (Celebridades), Ingmar Bergmann (O Sétimo Selo), Stanley Kubrick (De Olhos Bem Fechados), Ettore Scola (A Viagem do Capitão Tornado), Fritz Lang (Metrópolis), Luis Buñel (A Bela da Tarde); se não ouvisse as músicas de Pearl Jam, Dead Can Dance, The Commitments, Erik Satie, Mark Isham, Jocelyn Pook, ZGA, Madredeus, Faith no More, Bauhaus, Goran Bregovic, Helmet, Thomas Bangalter, Janis Joplin, Virgínia Rodrigues, Caetano Veloso; se não conhecesse a literatura de John Steinbeck (Ratos e Homens), Gabriel García Marques (Cem Anos de Solidão), Monteiro Lobato (Sítio do Picapau Amarelo), Júlio Verne (Viagem ao Centro da Terra), Edgar Allan Poe (Os Assassinatos da Rua Morgue), Charles Dickens (Oliver Twist), Mário de Andrade (Macunaíma), Luís Fernando Veríssimo (Comédias da Vida Privada), Dalton Trevisan (Continhos Galantes), Pearl S. Buck (A Grande Travessia), Marquês de Sade (A Filosofia na Alcova), Dostoievski (O Jogador), Maquiavel (O Príncipe) Salinger (O Apanhador no Campo de Centeio), Charles Bukowski (Holywood), Jack Kerouac (Geração Beat), Cora Coralina (Histórias da Casa Velha da Ponte)..., os quadrinhos de Frank Miller (Sin City), Angeli (Rê Bordosa), André Kitagawa (Chapa Quente), Glauco (Geraldão), Laerte (Piratas do Tietê); a dança de Laban, Deborah Colker, Pina Bausch, Kazuo Ono, sem contar, é claro dos grandes mestres da dramaturgia universal, cuja lista é enorme, entre eles: Sófocles (Édipo Rei), William Shakespeare (Hamlet), Samuel Beckett (Esperando Godot), Bertolt Brecht (Mãe Coragem e seus Filhos), Molière (O Avarento), Jean Genet (O Balcão), Mário Bortolotto (Homens, Santos e Desertores), Plínio Marcos (Dois Perdidos numa Noite Suja), Nelson Rodrigues (Perdoa-me Por Me Traíres), August Strindberg (Senhorita Júlia).

Tudo isso e muito mais, está presente comigo já há algum tempo e me influenciam muito quando estou escrevendo, dirigindo ou atuando num espetáculo.

Muitos jovens que estão ingressando no mercado desconhecem a maior parte dos nomes citados acima. Isso é péssimo, pois não basta só o talento para ser artista, é preciso estudo, muito estudo.

Antigamente era muito difícil conseguir determinados livros, filmes, CDs... Hoje está muito mais fácil. Temos a Internet a nosso favor. A Internet é extremamente útil para isso. O Youtube possui um grande acervo de imagens onde é possível assistir a trechos ou até mesmo uma obra inteira, talvez em outros idiomas e sem legendas, mas isso não importa, basta conhecer a história que conseguimos facilmente acompanhar o que se passa na tela. Se preferir assistir aos DVDs – essa opção é a minha preferida – basta procurar uma boa locadora. Se estiver em São Paulo, a minha sugestão é ir na 2001 (tem uma na Av. Paulista outra na Pedroso de Moraes)

Os livros, em sua grande maioria podem ser encontrados naquela coleção de bolso da editora L&PM Pocket, a preços extremamente acessíveis. E as músicas podem ser adquiridas através de programas como o Kazaa, LimeWire, E-mule, e outros sites de seu conhecimento.

Conhecimento nunca é demais. Odeio usar frases feitas, mas neste caso, acho legal: “Quanto mais conhecemos, percebemos que menos sabemos”.

Minha proposta inicial seria escrever um artigo, dissertar sobre um tema, mas preferi dar essas sugestões que é de suma importância para quem pretende se aventurar na área artística e também para àqueles que já estão na área.

O caminho das pedras

Sempre que sento para escrever meu artigo, fico pensando em algo que possa de alguma maneira, ser de interesse e de utilidade para vocês que estão começando no teatro. Hoje, por exemplo, depois de pensar e repensar, achei que seria interessante falar das três perguntas que todo ator precisa conhecer para que possa realizar um bom trabalho. Quem sou? Onde estou? E o que estou fazendo aqui?

Talvez alguns de vocês já conheçam essas perguntas, quem sabe ditas de outras maneiras, ou quem sabe até já ouviram falar do assunto, ou ainda já usaram essas perguntas em algum momento do processo da criação de seu personagem, pois conhecer as respostas dessas perguntas, pode fazer a diferença entre uma boa e uma má interpretação.

O "Quem sou eu?" é a principal pergunta que deve ser respondida assim que se toma contato com o texto que se vai interpretar. Saber quem é o seu personagem, o que ele faz, o que gosta, seus sonhos, suas dores, sua idade, suas manias, seu jeito de caminhar, tudo isso, vai lhe fornecer base para construir alguém interessante.

O "Onde estou?" é de fundamental importância para situar o seu personagem dentro da história. Saber em que lugar ele está, lhe dará todo sentido. Conhecer o ambiente em que o seu personagem desenvolve sua ação, reforça as características que ele possui e mostra o caminho de uma boa interpretação.

E por fim, mas não menos importante, é saber responder a pergunta: "O que estou fazendo aqui?". Conhecer os reais motivos que levaram seu personagem a estar naquele ambiente e contando aquela história, completará o círculo que lhe auxiliará na construção de um personagem sólido e verdadeiro, fazendo de sua interpretação algo verossímil.

Saber responder essas três perguntas pode fazer a diferença, estejam certos disso. Confesso que depois de tomar conhecimento dessas perguntas, as coisas mudaram de figura. Hoje, sempre as aplico quando vou começar a escrever uma história, afinal de contas, mais do que o ator que vai interpretar a história, eu, como autor, tenho o dever de saber as respostas, não é mesmo?

E é isso! Sem nenhuma presunção, aproveito para agradecer o retorno que vocês me dão lendo os meus artigos e espero mais uma vez ter podido contribuir de alguma maneira, para que vocês que estejam iniciando nessa árdua jornada, conheçam um pouco mais o caminho das pedras.

- Quer Ser Ator, né, Nego?

Essa pergunta era repetida inúmeras vezes por Myrian Muniz, com aquela voz rouca inconfundível, direcionando o seu olhar duvidoso para aqueles jovens deslumbrados que almejavam ser atores. Não tive nenhuma dúvida em usar essa pergunta como título do meu artigo, para também, homenagear essa artista excepcional, falecida em 2004.

Desde que me conheço por gente, sempre fui apaixonado por teatro. Reunia as crianças da rua na minha casa, prendia um lençol no varal para fazer de rotunda (sem saber o que era isso), pegava roupas velhas da minha mãe para as meninas usarem de figurino e improvisava as cenas. E “ai” daquele que não fizesse certo!!! Era chamado de burro e estava fora da brincadeira! Alguns iam chorando para casa. Estou rindo só de lembrar dessa situação. Crianças são sinceras e até cruéis. Espero não ter traumatizado nenhuma delas.

De brincadeira de criança, escolhi o teatro como profissão. Isso aos 11 anos de idade. Abandonei meu curso de inglês, minhas aulas de piano, e só concluí os cursos de datilografia – que hoje não servem mais para nada – e informática para procurar um curso de teatro. Recebi apoio, pois minha família achava que aquilo era coisa passageira, mas quando decidi abandonar o Curso Técnico de Processamento de Dados para voltar ao Ensino Médio Regular, pois meu objetivo era cursar uma Faculdade de Artes Cênicas, quase matei todo mundo do coração e de desgosto.

Eu não sei o que minha família queria... Que eu fizesse Medicina, Engenharia, Direito, que fosse Dr. em alguma coisa? Bom... mesmo sem apoio (exceto da minha mãe, que viu que não tinha mais jeito), fui cursar a Faculdade e três anos mais tarde estava com o diploma de licenciatura em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas na mão. Estava feliz, muito feliz.

Hoje fico pensando se optasse por outra profissão. Como ator, dramaturgo, diretor e arte-educador, nunca matei ninguém – exceto nos meus textos. Agora se eu fosse médico ou engenheiro, quantas pessoas eu não iria matar numa sala de cirurgia ou no desabamento de um prédio mal projetado por mim?

Plínio Marcos escreveu num artigo: “Ser ator é mais uma condenação do que uma dádiva.” E é verdade. Estamos condenados a isso. Eu não sei fazer outra coisa senão respirar teatro, comer teatro, beber teatro... É isso que me realiza, que me dá prazer...

Fico revoltadíssimo quando vejo alguns pais traçando a carreira profissional dos filhos. Tenho uma amiga – que não convém citar o nome – apaixonada por teatro. Sua mãe obrigou-a a buscar uma outra profissão. Mesmo contra sua vontade, ela cursou 4 ou 5 anos de Odontologia. Na colação de grau, recebeu o diploma e ali mesmo, entregou-o para a mãe. Não era um diploma que sua progenitora queria? Muito bem. Essa minha amiga não estava formada em Artes Cênicas, mas em Odontologia. Depois de concluir o curso, ela voltou a fazer teatro e está muito feliz. Só não me pergunte quais foram os estragos que ela fez nas bocas dos pacientes, que não saberei responder.

Quando Myrian Muniz perguntava:

- Quer ser ator, né, nego????

...dirigindo-se a esses jovens, com uma pausa dramática, com aquele olhar que se assemelhava com o da Esfinge ao lançar o enigma para Édipo, entendo o que ela queria dizer com isso. Será que esses jovens estavam preparados para assumir tamanha responsabilidade?

Para mim seria tão mais fácil fazer parte de uma família de artistas, pois assim entenderiam o que se passa. Mas não. Sou a ovelha negra da família, como a música do Raul Seixas. Venho de uma família tradicional, que trabalha em empregos convencionais, das 7 às 18 horas e que tem folga aos domingos e aos sábados só trabalham meio período.

Já fui chamado de vagabundo inúmeras vezes. Vagabundos não trabalham aos sábados e domingos, vagabundos não passam a madrugada toda acordados escrevendo ou decorando textos, vagabundos não lêem, não pesquisam, não têm interesse pelas coisas que acontecem à sua volta, vagabundos não folgam – quando folgam – às segundas-feiras. Isso é ser vagabundo? E o que é ser trabalhador, então? É pegar numa enxada? Vagabundo, eu?

Quando refiro à minha pessoa, também quero me referir aos leitores, que, em maior ou menor grau, passam por essa problemática. O artista é, ao mesmo tempo, a Cigarra (que passa todo o verão cantando e não fazendo porra nenhuma e no inverno morre de frio), e a Formiga (que passa o verão colhendo alimentos para desfruta-los no inverno), da fábula. As pessoas vêm apenas o lado Cigarra dos artistas, no momento em que eles estão no palco, mas o lado da Formiga, que ocorre durante o processo de ensaios, ninguém vê, por isso é fácil julgar. E quanto à estabilidade financeira?

- Será que para fazer teatro, eu preciso ter um outro emprego que me dê estabilidade?

Mas essa é uma outra questão que fica para o próximo artigo.

Cada dia, uma nova história

Diferentemente de outras artes, como o cinema e a literatura, que contam histórias e as finalizam com a gravação de um vídeo e com um ponto final, respectivamente, nunca haverá um mesmo espetáculo de teatro, pois a cada apresentação, haverá uma nova emoção para contar a mesma história.

Talvez esteja aí, um dos motivos que motivam e acabam seduzindo ainda mais as pessoas a fazerem teatro. Essa oportunidade de contar a mesma história a cada dia e de surpreender com uma interpretação, ou ser surpreendido pela receptividade da platéia, não se encontra em qualquer lugar, talvez na música se consiga algo semelhante.

Me lembro do tempo em que ainda me arriscava sobre um palco (para o bem da arte isso já ficou lá bem pra trás) e das poucas apresentações que fiz, jamais repetimos a mesma apresentação, mesmo com toda a marcação, com o mesmo texto ali na ponta da língua, nada se repetia, sempre parecia algo inédito.

O teatro é bem mais do que muitos pensam e a sua grandiosidade ainda não foi devidamente compreendida a ponto de receber o entendimento que merece. A ponto de quem sabe, ser compreendido tal qual o cinema, por exemplo. Sem entrar no mérito disso ou daquilo, mas por que uma história registrada em vídeo, que capta a emoção do momento de sua gravação, consegue ter mais cartaz do que uma história que, a cada dia, pode ser contada com uma emoção diferente em cima de um palco?

Acho que o caráter marginal do teatro explique um pouco isso, mas, talvez também esteja aí, outro ponto que leva as pessoas a se apaixonarem por ele, pois essa arte marginal que subverte a ordem das coisas e que não está presa a paradigmas de estéticas e de formatos, pode contar suas histórias e fazer com que as pessoas que as interpretem, se entreguem sem receios, experimentem, ousem, reinventem o ser humano a cada dia e sempre de um jeito diferente, algo que o cinema jamais será capaz.

Feliz o artista que faz do teatro a sua arte e pode experimentar a cada dia, uma nova maneira de contar uma mesma história. E feliz também, aquele que tem a oportunidade de assistir a um espetáculo por várias vezes, pois estará sempre tendo a oportunidade de ver contada uma história de forma diferente.

Arte e Entretenimento

Quando o público em geral resolve assistir a um espetáculo de teatro, ou a um filme, ou mesmo um a programa de tv, o que será que o move, a oportunidade de enriquecimento cultural através da arte, ou simplesmente a opção pelo entretenimento que o programa proporcionará?

A linha entre a arte e o entretenimento é mesmo muito tênue, mas será que uma peça de teatro, um filme, ou um programa de tv, podem ser ao mesmo tempo arte e entretenimento? Acho que sim! Talvez seja a mais dura tarefa para um dramaturgo, roteirista e diretor, ainda mais se levarmos em conta, a questão mercadológica dos dias de hoje, onde o que é vendável tem maior importância sobe aquilo que tem um conteúdo mais contundente.

Acontece, que é preciso se atentar ao fato de que muitos procuram apenas bons momentos de descontração, onde possam descarregar todo o estresse que foi acumulado durante um dia, ou uma semana pesado de trabalho, e não se importam tanto se o programa que assistirão, acrescentará ou não, um pouco mais de cultura à eles Ás vezes um programa assim, vem bem a calhar.

É claro que o valor artístico de um produto que busca o engrandecimento cultural do ser humano e de um outro que é feito apenas para pura distração, algo descartável, e que ficará esquecido no tempo, são totalmente diferentes. Mas, no meu ponto de vista, um produto descartável feito para distrair, não deixa de ter lá o seu valor artístico, mesmo que seja algo frívolo.

Talvez nos dias de hoje, encontrar o equilíbrio entre um produto que prime pelo conteúdo e que ao mesmo tempo consiga ter uma boa dose de entretenimento, seja a receita ideal para se ter um programa de sucesso, seja uma peça de teatro, um filme, ou até mesmo um seriado, ou novela de tv.

Não acho que haja o melhor ou o pior nessa questão de um produto de arte e um outro de entretenimento, deixo isso para os intelectuais de plantão, pois, afinal de contas, não é sempre que queremos assistir a um filme de arte, ou a uma peça "cabeça". Por um outro lado também, tenho que confessar que tem hora que é um saco assistir tanta coisa sem conteúdo.

Mas, o que é certo, é que essa discussão sobre o que é melhor ou pior, será eterna, podem apostar! Eu, na minha humilde opinião, acho que tem espaço para tudo e para todos, cabe sim, a cada um, escolher qual programa quer assistir, se arte ou entretenimento, ou quem sabe ainda, um que tenha os dois. 

O prazer de fazer

Quando alguém se dispõe a entrar para um grupo de teatro e se deixa picar pelo tal bichinho da arte, acaba entendendo o porque de muitos atores se identificarem com o teatro. Muitos até só se entregam de verdade, quando estão em cena em cima de um palco. Por quê? Porque o prazer de fazer é o que basta.

É no teatro que a carpintaria de se esculpir uma personagem pode ser executada até a perfeição. É no teatro que a psicologia de se entender uma personagem é buscada e rebuscada até a compreensão total. É no teatro que o ator exercita sua improvisação. É no teatro que o ator expõe sua alma.

É claro que atores experientes e de grande talento, são capazes de realizar um bom trabalho, tanto na televisão, quanto no cinema, afinal de contas trata-se de uma profissão e o ofício de sua arte deve ser realizado pelo ator seja lá aonde for. Mas prazer de fazer, só o teatro lhe dá.

Quem se aproveita da fama instantânea para se lançar sobre um palco, indo atrás de vil metal e aplausos sob flash's reluzentes, jamais vai entender porque tantos atores abrem mão de aparecerem na mídia para poderem se dedicar de forma plena ao teatro, por mais dura que seja essa vida. O prazer de fazer é capaz de suprir necessidades inimagináveis.

Ator de teatro é capaz de passar uma vida inteira fazendo o seu ofício de forma amadora, sem se importar com o sucesso, sem pensar em fama, pois o prazer de fazer é o alimento que o faz continuar, aprendendo, aprendendo e aprendendo e será o que lhe levará ao estrelato, se a sorte lhe abraçar. Não é a busca do sucesso que importa, apenas o prazer de fazer.

Talvez por isso tudo, muitos achem que ator não passa de um louco, mas o prazer de fazer da insanidade um ato lúcido, ou vice-versa, nenhum cidadão normal é capaz de entender e jamais entenderá. Só quem tem o teatro na alma sabe o quão bom é, o êxtase de uma apresentação. Porque fazer por prazer, só no teatro se é capaz.