- Detalhes
-
Última atualização em 06/09/2013
-
Publicado em 26/05/2008
-
Escrito por Paulo Sacaldassy
A dificuldade que se tem de encontrar o seu espaço no mundo das artes é enorme, e muitos, tenho certeza que sabem muito bem do que eu estou falando. Quantas portas são fechadas? Quantos “nãos” são recebidos? E o sonho sempre ali presente, acompanhando, como se fosse o combustível, impulsionando mesmo apesar de tudo.
O estranho disso tudo é o conceito que se tem do que é bom, não desmerecendo ninguém, pois todo mundo tem um gosto, e isso não se discute. Mas, o que incomoda de fato é a subjetividade do que é considerado talento. O que na minha opinião é claro e latente, talento não se discute, se admira e se aplaude.
Tudo bem que a gente sabe que muito mais do que ter talento é ter alguém importante que nos apadrinhe, pois como diz o velho ditado: “quem tem padrinho, não morre pagão!” E os interesses desses padrinhos, muitos vezes, não levam em consideração o talento de ninguém, o que é uma pena.
A vida é feita de histórias de talentos que são desperdiçados por nunca terem uma chance, mesmo que seja uma única chance. Seja aonde for, na música, no teatro, no cinema, na televisão, muitos deixam os seus talentos adormecerem diante de tantas respostas negativas.
Quantas pessoas que vocês conhecem, que por mais que tentem, nunca conseguem fazer que o seu talento seja reconhecido? Será que quem tem talento, nunca tem um amigo influente? Realmente eu não consigo entender os critérios que são levados em conta quando se lança o “novo”.
Por que será que é tão difícil para quem tem talento, mostrá-lo para todo mundo? Por que será que as pessoas que têm o poder de revelar o artista novo, não encontram os talentos? Existem muitos por aí, nos palcos de um teatro amador, nos palcos de um barzinho, nas letras de um texto inédito, mas não os encontram!
Eu sei que está cheio de gente querendo ser artista, e não só eu, mas muitos aqui, até já abordaram esse tema algumas vezes. Muito mais do que se tornar um artista apenas buscando se tornar famoso, há de se deixar que o talento venha a ser o primeiro critério de escolha de um novo artista, seja na música, no teatro ou na literatura.
Diante de tanta mediocridade que nos é apresentada, e que ensurdecem os nossos ouvidos, embaralham os nossos olhos, e subestimam a nossa inteligência, faço aqui um coro para que o talento alcance o seu lugar. Será que não basta de tanta coisa mais ou menos? De tanta coisa de qualidade duvidosa? Até quando o talento vai ser o que menos importa? A gente tem direito a coisa boa, e o talento só pede por uma chance.
- Detalhes
-
Última atualização em 06/09/2013
-
Publicado em 26/05/2008
-
Escrito por Paulo Sacaldassy
Muito mais importante do que ficar discutindo se as pessoas buscam o teatro apenas preocupadas em conseguir fama e sucesso, ou um emprego na televisão. Muito mais do que se importar com as pessoas que buscam o teatro apenas para sua promoção pessoal, é ressaltar o trabalho incansável que é desenvolvido, quase como sacerdócio, pelos chamados, “oficineiros”.
Essas pessoas renegadas, que quase sempre são mal remuneradas, quando o são, e que abdicam de parte de suas vidas, dedicando boa parte de suas horas para serem o que eu chamo de: multiplicadores da arte, precisam um pouco mais de valorização.
São centenas desses abnegados espalhados pelo Brasil a fora, encostados em apertadas salas, em velhos galpões, em fundos de quintais, interessados única e exclusivamente em poder transmitir para as pessoas, quase sempre desfavorecidas, um mínimo de noção do que seja arte e cultura.
Esses multiplicadores da arte, que apesar de não contarem com condições favoráveis e recursos suficientes para realizarem um trabalho decente, conseguem com a obstinação que só um brasileiro tem, realizar verdadeiros milagres, que até um Santo duvidaria que fosse possível ser realizado.
E o mais importante nisso tudo, é o poder e a força que essas oficinas têm para transformar a vida das pessoas, pois sabemos que a imensa maioria que participa desss oficinas, jamais conseguirá se tornar um ator ou uma atriz famoso. Mas com certeza, os ensinamentos que são passados nessas oficinas, que como também deve ser de conhecimento de muitos, são realizados sem o mínimo de apoio, cumprirá, na pior das hipóteses, a missão de tornar o jovem, um cidadão melhor.
Talvez, muitos desses “oficineiros”, nem possuam um vasto conhecimento da arte, repassam apenas, tudo o que puderam absorver em oficinas que participaram, pois muitos desses “oficineiros”, são crias de outras tantas oficinas culturais, e não cabe aqui radicalizar, quanto ao grau de conhecimento sobre os conceitos da arte que estes possuem, temos sim é que apoiarmos cada um desses multiplicadores da arte, para quem sabe um dia, venhamos a ter, um povo muito mais culto.
E que essa semente se espalhe mais e mais, gerando outros multiplicadores, e que mesmo apesar de todas as dificuldades que encontrem pelo caminho, eles sejam capazes de transmitir cultura a quem precisa, pois os governantes, andam muito mais preocupados em arrecadar mais impostos, do que proporcionar uma possibilidade a mais de cultura para o seu povo.
Vai aqui, os meus respeitos e a minha admiração, à todos vocês, multiplicadores da arte, que levam às pessoas tão carentes de tudo, a possibilidade de ter um outro olhar sobre a vida. E que a luta de cada um de vocês, possa ser recompensada através de muitos aplausos.