A sensibilidade da arte
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Last Updated on Friday, 06 September 2013 17:56
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Published on Monday, 26 May 2008 16:55
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Written by Paulo Sacaldassy
Diferente da lógica que é inerente a racionalidade do ser humano e que o faz enveredar pelos caminhos atribulados da vida, a arte é feita de emoção, e como tal, não obedece uma seqüência matemática que estabeleça e garanta que aquilo que o artista faça, terá sucesso ou não. Por mais que se faça uso de clichês.
A arte transcende a tudo que é palpável, ela é feita do imponderável que nasce da sensibilidade do ser humano, que a usa para transbordar suas emoções, e se fazer expressar, através das alegrias e das dores de sua alma.
Não pode haver no mundo da arte, quem não sinta a necessidade e a importância de se deixar levar pelas emoções, pois arte é um rio por onde correm as emoções que vão desaguar no mundo racional, e que disfarçam as dificuldades da vida cotidiana.
Todo artista por si só é um agente transformador, e quando esse artista é capaz de colocar para fora toda a sua sensibilidade, não há dúvidas, ele conseguirá o sucesso, seja no palco, na literatura, na dança, na música, ou em quaisquer outras formas de arte. A sensibilidade é a chave de tudo.
Quando se pensa em ser artista, deve-se pensar, e analisar a fundo, o quanto se é capaz de se desnudar em sensibilidade, ao ponto de causar a transformação na vida de quem o assiste, mesmo que seja apenas naquele momento em que sua arte é executada.
Um artista não pode pensar pura e simplesmente na fama que almeja, a fama deve funcionar como um estímulo, pois todo artista que se preza busca o sucesso e o reconhecimento, e por conseguinte a tão almejada fama. Mas, não se deve entrar na arte apenas com esse propósito, arte é emoção, e emoção é coisa da alma e nada tem a ver com a racionalidade de atitudes meramente passageiras.
É óbvio que a racionalidade do ser humano se faz necessária em um momento ou em outro de nossas vidas, mas, o que faz a arte comover as pessoas é justamente o dom que o artista tem de expor a sua sensibilidade, desnudar sua alma, por para fora todas as suas entranhas, e se fazer de espelho de seu semelhante.
Antes de querer ser um artista apenas na intenção de se tornar uma pessoa famosa, veja dentro de si o quanto é capaz de expor a sua sensibilidade, pois a arte só fará sentido em sua vida, se ela for capaz de lhe transformar primeiro, para depois lhe tornar um agente transformador.
Toda a arte por si só necessita da sensibilidade de seu artista, e é essa sensibilidade que será capaz de transmitir o que se quer de verdade.
No fim de tudo, ainda resta o aplauso
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Last Updated on Friday, 06 September 2013 17:56
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Published on Monday, 26 May 2008 16:43
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Written by Paulo Sacaldassy
Ah, o artista… De que é feito esse ser que sacrifica sua vida para levar a arte ao seu semelhante? Por certo deve ser feito de algum material ainda desconhecido. Pois, como pode alguém suportar tantas adversidades e estar sempre pronto para mostrar sua alma?
Ah, o artista… Um ser quase extraterreno vivendo à margem da realidade de uma sociedade, mas, que sempre que solicitado a expor suas emoções e servir de instrumento para mostrar as alegrias e mazelas do ser humano, não se furta e o faz com plena dedicação.
O que fascina tanto nesse mundo das artes e faz com que nunca se esgote a fonte de onde jorra sempre um novo artista? É algo incompreensível, imensurável, indecifrável, não existe uma explicação lógica, mesmo sabendo que muitos desses novos artistas que nascem a cada dia, querem apenas seus cinco minutos de fama e jamais serão capazes de entregar suas vidas à arte.
Ah, o artista… Sobre o palco é visto como um “semi Deus”, na vida comum, quase sempre é criticado por fazer do ócio seu companheiro, algo muito distante da realidade do cidadão comum que precisa bater cartão, e que quase nunca tem tempo para esse ócio. Mas, o que o cidadão comum sabe do ócio do artista? Um artista não vive no ócio, pois esse ócio nada mais é do que o tempo sagrado da criação artística.
Mesmo que na correria do dia a dia o artista não seja levado assim tão a sério, uma hora ou outra da vida do cidadão comum, ele se fará necessário. Seja quando esse cidadão for assistir a uma peça de teatro, ou apreciar uma obra de arte, ou dispor de seu tempo para a leitura de um bom livro, ou até mesmo quando se permitir rir sem compromisso da ingenuidade proposital de um palhaço.
Ah, o artista… Não interessa o que pensem ou falem do artista, ele sempre estará ali nos arredores do ser humano disposto a colorir a vida cinzenta em tempos difíceis, sem pedir recompensas ou gratificações, pois o artista sabe que no final de tudo, sempre restará um aplauso caloroso que justificará todo o sacrifício pelo qual teve e tem de passar cada minuto de sua vida.