Artigos Diversos

Site Oficina de Teatro reformado!

Vamos dividir essa notícia em dois blocos: Um com um resumo (notícia curta) para os que têm preguiça de ler, e uma outra descrição mais detalhada para os que gostam de ler e ficar por dentro.

Novo site Oficina de Teatro (Notícia curta)

O site Oficina de Teatro foi completamente reformado. Mudamos desde a aparência até nosso sistema interno. Essa mudança foi impulsionada após sofrermos um ataque hacker que, além de trazer muitos prejuízos, ainda paralisou  nosso sistema. Mas há males que vêm para o bem: com isso nós agora pudemos oferecer à vocês um site muito melhor, mais seguro, mais completo e organizado. É claro que ainda falta migrar boa parte de nosso conteúdo, aprimorar algumas ferramentas e inaugurar novos serviços, mas ainda sim tudo está já bem melhor do que antes. Aproveitem, e dêem mais sugestões. Se você quer saber de primeira mão quando essas novidades forem lançadas, clique aqui e assine gratuitamente nossa e-Zine Teatral

Detalhes do ocorrido (Notícia detalhada)

Há cerca de 20 dias (até onde pudemos averiguar) o site Oficina de Teatro sofreu um ataque hacker, onde nosso servidor foi usado como distribuidor de arquivos "phishing". Não noticiamos até agora nenhuma infecção nos computadores de nossos usuários, mas em contraponto, o Google detectou a invasão e começou um processo de bloqueio de entrada de visitantes que nos encontravam pelo serviço de busca (bloqueio este que dura ainda até a data da publicação desse artigo).

Ao confirmar esse problema, só nos restou uma opção: Apagar tudo e começar de novo. É claro que os dados de nossos bancos de dados foram antes salvos, uma vez que não houve nenhum ataque aos mesmos, o que fez com que ainda pudéssemos utilizar todo nosso conteúdo.

O ataque não conseguiu quebrar a privacidade de nossos usuários e seus dados continuam seguros e intocados. Isso se deve ao fato de que a Reticências.Net - empresa que gerencia os servidores do Oficina de Teatro - acessora a segurança interna dos servidores e também atualiza e aprimora os sistemas de segurança dos mesmos, o que resultou numa proteção total de nossos bancos de dados. Ou seja: o ataque foi só superficial.

Os acontecimentos que se seguiram após esse contratempo, foram muito bons, já que fomos felizmente forçados a renovar todo o nosso conteúdo, aprimorar a segurança e instalar novos sistemas que trarão muitos benefícios para nossos usuários.

Detalhamento do que foi feito:

  • Instalação atualizada e segura de um novo sistema de gerenciamento de conteúdo.
  • Renovação e organização de nosso layout
  • Lançamento de novo conteúdo, como "Matérias Especiais" e "Turismo Teatral"
  • Novo tocador de podcasts
  • Nova integração das contas de usuários.
Detalhamento das novidades que serão concluídas ainda em junho/08:
  • Críticas teatrais - ferramenta onde os usuários poderão publicar suas críticas de peças que assistiram
  • Concurso premiado de dramaturgia
  • Concurso premiado de matérias sobre teatros do Brasil
  • Renovação do sistema de downloads de peças
  • Transferência do conteúdo restante do antigo banco de dados (Teatropédia, colunas antigas, artigos em geral)
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Heróica reestréia com Sheila Mello

O espetáculo de Darson Ribeiro - uma homenagem às mulheres e uma aula para os homens - vem com novidades na reestréia: o Avenida Club, casa de show tradicional de São Paulo, e Sheila Mello, que agora integra o elenco ao lado de Iná de Carvalho, Márcia Manfredini e do próprio diretor.

A comédia Herótica - Cartilha Feminina Para Homens Machos – com texto e direção de Darson Ribeiro, que cumpriu temporada de sucesso de janeiro a abril no Teatro Augusta, reestréia no dia 7 de junho, sábado, no Avenida Club, às 21 horas. Muitos acham que é brincadeira, mas a promoção que “deu o que falar” na temporada anterior continua: “macho paga meia”!

No enredo, as comediantes Iná de Carvalho, Márcia Manfredini e Sheila Mello interpretam uma mesma mulher em três faixas etárias distintas: 30, 40 e 50 anos. Desiludidas com o comportamento masculino, resolvem apresentar ao vivo e de forma lúdica e bem humorada uma cartilha feminina, utilizando jogos sensuais e músicas. Tudo tem o tempero caliente de histórias verídicas e cômicas com o propósito único de atingir o alvo principal: o homem.

Darson Ribeiro interpreta o homem que passa a maior parte do tempo sentado na platéia, mas perde as estribeiras ao perceber que o comportamento masculino está sendo “colocado em cheque”. Depois de muita aula, no estilo cômico dos mais sutis e elegantes, as três mulheres invertem a situação e tornam-se espectadoras dele, que reaparece no palco como um palestrante de sexologia. A guerra toma corpo: elas o seqüestram, amarram-no e obrigam-no a esclarecer todas as questões das quais buscam respostas, transformando-o num parceiro ideal, culminando no sonho do casamento.

“O texto é uma homenagem às mulheres, mas apesar disso é especialmente criada para os homens”, diz Darson. E completa: “Quando dirigi 8 Mulheres, convivi com mulheres de diversas idades (entre elas, Ruth de Souza e Mirian Pires) e, durante seis meses, ouvi seus lamentos: da meia-calça desfiada às crises do casamento, ou a falta dele. Resolvi me embrenhar em pesquisas até chegar em Herótica”, conclui.

Herótica - Cartilha Feminina Para Homens Machos traz ainda citações bem humoradas e referências a figuras públicas que vão de Jô Soares ao bravo imperador francês Napoleão Bonaparte, que teve seu pênis de apenas 2,5 cm decepado; além de brincadeiras com a própria mãe, amigos, ex-namoradas e outras personalidades como com o jogador Edmundo, Roberto Justus, Matheus Carrieri e Pedro Bial.

O próprio diretor criou cenário e figurino. “Fui buscar o erotismo fora do óbvio, incluindo as cores e o pudico das roupas, que insinuam, mas não mostram”. Ele usa lenços e botas com tecidos de alfaiataria masculina e veludo para “proteger” as atrizes, que usam o tempo todo perucas vermelho-tomate com design assinado por Mauro Freire e Fernando Pires. Darson criou um mundo fictício com cordas usadas em navios, ramagem e rosas brancas, que remetem ao erótico e não ao vulgar, caindo sobre um tapete preto de 70 mm de espessura, confeccionado pela Santa Mônica. A luz, assinada por Domingos Quintiliano, busca o clima de cabaré sem descartar, porém, as luminárias em tela de sisal em formato de morangos vermelho carmim e folhas de alumínio enferrujado.

O texto abre a Trilogia do Erótico, concebida por Darson para apresentar textos inéditos no Brasil, sempre tendo como base o erotismo e a influência que ele exerce na sociedade, fundamentados em entrevistas, pesquisas em bibliografias especializadas e com profissionais afins, resultando numa estética simples, direta e lúdica. Depois de compilado o texto dramaturgicamente, Darson contou com a colaboração do ginecologista Malcolm Montgomery, que acompanhou os ensaios numa espécie de “dramaturgue científico”, além da psicóloga Melisa Honora.

Darson buscou no popular a inspiração para a poesia do texto, frisada com rimas e canções inéditas que dão ritmo à narrativa e não deixam o espetáculo cair no didatismo comum. Outro artifício são cenas usando ritmos populares que vão da embolada ao rap, passando pela balada romântica. E ainda sátiras de músicas famosas como “Black Is Beautiful” e “Elegia”. A trilha sonora traz composições inéditas de Vanessa Barum, criadas especialmente para a montagem.

Herótica - Cartilha Feminina Para Homens Machos

Texto e direção: Darson Ribeiro
Elenco: Sheila Mello, Márcia Manfredini, Iná de Carvalho e Darson Ribeiro
Cenografia, figurinos e trilha: Darson Ribeiro
Iluminação: Domingos Quintiliano
Músicas originais: Vanessa Barum, Luiz Márcio e Paulo Renato
Ilustração: Valéria Poyares
Programação visual: Eduardo Luis da Silva e Gráfica Gaivota
Acompanhamento científico: Malcolm Montgomery e Melisa Honora


Reestréia: Dia 7 de junho – sábado – às 21 horas
Local: Avenida Club
Av. Pedroso de Moraes, 1036 – Pinheiros/SP - Te: (11) 3814-7383
Temporada: sábados - às 21 horas - Até: 12/07/08 – (Estreou: 18/01/2008)
Ingressos: R$ 35,00 (½ entrada: R$ 17,50) – Promoção/junho: macho também paga meia
Duração: 1h30 – Censura: 14 anos – Gênero: Comédia
450 lugares. Aceita cheque. Não aceita cartão de crédito. Ar condicionado. Acesso universal. Serviço de bar. Não faz reservas. Estacionamento c/ manobrista: R$ 13,00 – Site: www.avenidaclube.com.br

Em junho: Concurso de dramaturgia

No final do mês de junho se iniciarão as inscrições para o primeiro concurso online de dramaturgia, com a categoria: Cenas Curtas.

Sem data e premiação específica ainda definidas, o concurso visa estimular e divulgar o trabalho de dramaturgos com textos inéditos através de uma competição online onde haverá somente um vencedor.

Se deseja saber de primeira mão quando e como participar, assine nossa e-Zine Teatral por Email (é grátis) e você ficará por dentro de todas as novidades: Clique aqui para assinar a e-Zine

A Grande Obra estréia em SP

A peça Desmonte - A Grande Obra, da Cia. de Domínio Público, cumprirá temporada entre 4 de junho e 3 de julho, no Teatro Coletivo Fábrica. As apresentações serão quartas e quintas, 21h, na sala 2.

O grupo propõe a criação coletiva na dramaturgia e direção. O mote da encenação é um novo grande empreendimento imobiliário, desde o seu lançamento, passando pelas desapropriações, obras e culminando nas mudanças na cidade. O Largo da Batata, em Pinheiros, São Paulo, e a construção da linha de Metrô na região inspiraram essa fábula urbana.

A idéia é incitar a reflexão sobre a participação da comunidade na mudança do espaço urbano, com depoimentos inusitados e sarcásticos de personagens. A velhinha Dona Clô (Andréa Lopes) vê nos estragos causados pelas obras a oportunidade para mudar os azulejos da cozinha. A religiosa Dona Marli (Alessandra Velho) acha que foi “salva por Deus” da tragédia causada pelas obras do metrô.

A linguagem flerta com a das histórias em quadrinho mantendo a linha iniciada na peça anterior do grupo, "Operetas de Noel Rosa". Em 2007, o grupo circulou pelo interior de São Paulo com o espetáculo onde a figura do malandro era condutora das ações. Em 2005, realizou o espetáculo “Da Senzala À Favela”, sobre o sambista Geraldo Filme, no Sesc.

Criada em 2004, a. Cia de Domínio Público é composta por artistas interessados nas relações estéticas entre teatro e música.

Para roteiro: Desmonte – A Grande Obra

Temporada: 4 de junho a 3 de julho. Quartas e quintas, 21h.

Teatro Coletivo Fábrica - sala 2, rua da Consolação, 1.623, tel. (11) 3255-5922. E-mail contato@teatrofabricacoletivo.com.br. Sites: www.teatrofabricacoletivo.com.br ou www.teatrocoletivo.com.br
80 lugares.

Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00 (estudantes, idosos, professor da rede pública, artistas e técnicos em espetáculos de diversões com DRT).

Estacionamentos próximos: rua Pedro Taques, 54 (todos os dias); e rua da Consolação, 1.681 (menos aos domingos). R$ 10,00.

Duração: 80 minutos. Recomendação etária: a partir de 12 anos

Direção: Cia. de Domínio Público
Orientação de direção: Juliana Monteiro
Dramaturgia: Cia. de Domínio Público e Claudia Pucci
Elenco: Alessandra Velho, Andréa Lopes, Elton Vitor, João Furtado, Maíra Castilho e Tucci Fattore
Músicos: Murilo Cabral, Rafael Brides e Fábio Brides.
Cenário: Cia. de Domínio Público
Figurino: Cia. de Domínio Púbico e Felipe Borges.
Iluminação: Silvestre Jr.

Rosa de Samba no Coletivo Fábrica

Com apresentações às sextas-feiras, 21h, entre 6 de junho e 25 de julho, no teatro Coletivo Fábrica, o musical Rosa de Samba mescla a obra e a vida de Noel Rosa. A proposta é o resgate da história da música popular brasileira, mostrando a trajetória do Poeta da Vila, que subiu os morros cariocas e aprendeu a música do povo. “Feitiço da Vila”, “Coisas Nossas” e “Fita Amarela”, entre outras composições, revelam seus amores e seu Brasil “de tanga”.  Luís Mármora assina a direção do espetáculo com a atriz Catia Pires e o músico Luís Aranha.

Rosa de Samba é o primeiro trabalho do Núcleo da Rosa, criado em 2005 com a proposta de pesquisar a interação entre música brasileira e teatro. Ele ficou em cartaz no Centro Cultural São Paulo (Projeto na Sola da São Jorge) e no N.E.X.T., em 2006. Em abril deste ano integrou a Mostra na Sola da São Jorge, da Cia. São Jorge de Variedades, no Coletivo Fábrica.

Temporada: 6 de junho a 25 de julho. Sextas, 21h.

Teatro Coletivo Fábrica - sala 2, rua da Consolação, 1.623, tel. (11) 3255-5922. E-mail contato@teatrofabricacoletivo.com.br. Sites: www.teatrofabricacoletivo.com.br ou www.teatrocoletivo.com.br
80 lugares.
Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00 (estudantes, idosos, professor da rede pública, artistas e técnicos em espetáculos de diversões com DRT).
Estacionamentos próximos: rua Pedro Taques, 54 (todos os dias); e rua da Consolação, 1.681 (menos aos domingos). R$ 10,00.
Duração: 60 minutos. Recomendação etária: a partir de 14 anos

Pesquisa original: Catia Pires
Direção: Luís Mármora
Dramaturgia: Catia Pires e Luís Mármora
Elenco: Catia Pires
Músico: Luís Aranha
Iluminação: Taty Kanter
Figurino e adereços: Núcleo da Rosa e Márcio Maracajá
Cenário: Núcleo da Rosa

Arte e entretenimento nos dias de hoje

Outro dia conversava com alguns amigos a respeito da qualidade das artes e entretenimento em geral nos dias de hoje. Cinema, música, teatro, TV, literatura. Minhas conclusões a respeito não foram muito animadoras. Atualmente passamos por uma fase onde quase tudo que faz sucesso no que se diz respeito a essas áreas é de qualidade duvidosa. E o pior, de influência duvidosa.

O público de maneira geral parece cada vez menos exigente e mais preguiçoso e isso é terrível para qualquer produção cultural. Cada vez mais artistas optam pelo entretenimento rápido e raso para agradar seu público e com isso obras que necessitam de uma interação maior de sua audiência, mais atenção, pensamento, reflexão, acabam sofrendo com o descaso. Encontram cada vez mais dificuldades para serem vistas, lidas e ouvidas.

Pode até ser que na história do mundo tenha sido sempre assim, mas eu duvido um pouco disso. Shakespeare é tratado hoje em dia cheio de pompa, como algo muito complexo, algo distante e difícil. Ora, ele escrevia peças para o povo em sua época. Um povo pobre e em busca de diversão. Na literatura, dos russos aos brasileiros, os grandes autores sempre foram populares, chegando até mesmo a ser mal vistos pela elite. Mozart fez óperas para o gosto e entendimento popular, quebrando até mesmo a convenção de se usar o idioma italiano para que todos entendessem o que era cantado. Os anos 70 nos Estados Unidos são um bom exemplo de um período em que filmes ousados e inteligentes foram feitos e vistos. Na televisão até mesmo as novelas já foram algo a mais. A Globo teve muitas dessas obras no extinto horário da novela das 10h, com uma novela, por exemplo, que tinha toda sua trama passada durante uma única noite, “Rebú”. Então me pergunto, o que está acontecendo agora?

Não tenho respostas pra isso e nem sei se alguém tem. Pode haver muitos fatores que contribuem, mas não há uma única e simples resposta. Acredito que a velocidade do mundo moderno seja um dos fatores que contribuem para essa simplificação dos pensamentos. Tudo tem que ser muito rápido e as pessoas têm cada vez menos tempo para se dedicar a atividades de lazer, incluindo aí toda a cultura. Portanto tudo que requer mais tempo e reflexão passa a não ser bem aceito. A cultura acaba sendo nivelada por baixo.

Hoje em dia o teatro sofre muito. A competição com outras formas de entretenimento é grande e a competição interna também. As peças de maior sucesso de público têm sido as grandes produções, que não necessariamente são as de melhor qualidade. No cinema um filme que passa de uma hora e meia de duração encontra dificuldades para ficar em cartaz, ainda mais se for “sério”. Na literatura os best-sellers não são mais os grandes clássicos de outrora, mas sim aqueles que parecem mostrar um caminho melhor para aqueles sem rumo. A música, coitada, está relegada a papel de “fundo sonoro” já que as pessoas parecem não lhe dedicar mais tempo exclusivo. Ela só surge para compor alguma outra atividade e geralmente por isso a música escolhida geralmente não é muito complexa. E a TV? Ai, a TV… Essa vai mal das pernas. Minha vida inteira fui criado apenas com televisão aberta. Há 4 meses adquiri TV a cabo. Creio que 95% do que assisto na TV hoje em dia é de canais pagos. Nossa TV aberta sofre de uma falta de criatividade, qualidade, bom gosto e respeito inacreditável. Mas essa também sofre de algo parecido com a música. Muitas vezes ela está ligada por simples inércia.

Ao que parece a arte e entretenimento hoje em dia são como imagens na janela de um carro em movimento. Elas passam depressa, às vezes reparamos. “Olha lá, que legal!”. Mas quase nunca estamos dispostos a parar para apreciar melhor e ver se realmente valia a parada. Infelizmente, quem parar hoje em dia pode se decepcionar muito. E acabar não parando nunca mais.