Artigos Diversos

A indignação de uma brasileira

Oi Amiga!
Como estão as coisas aí? Estou com muitas saudades!!!!!

Soube que você tem se divertido horrores morando em Miami!! Quem diria, né? Você que sempre foi tão brasileira…
Na nossa última carta você pede notícias do Brasil e eu te digo amiga: aqui a coisa está feia. É mensalão, é PT, é Lula no Roda Viva falando besteira e se complicando cada minuto mais, é a rotina política acabando com os brasileiros.Mas o pior amiga, você não deve saber ainda: irmãos Cravinhos estão nas ruas, você acredita?

Ontem quando soube disso nos jornais tive vontade de chorar, entrar num avião mesmo morrendo de medo e sair deste País injusto e cruel. Imagine você amiga: palaneja-se e executa-se o crime e fica tudo bem. 3 anos depois estão na rua.
Sabe o que me chocou mais que tudo?

A imagem que a TV passou deles saindo da prisão numa Mercedes. Tudo bem que era do advogado deles, mas
mesmo assim acho incoerente, contraditório e absurdo que senti nojo…

O pai deles disse aos jornalistas na saída da prisão: “meus filhos fizeram algo feio mas a imprensa transformou a coisa em horrenda, transformou-os em monstros”. Monstros, amiga? Você acredita nisso? A imprensa é culpada de eles terem assassinado duas pessoas! Se você estiver duvidando te mando os recortes dos jornais. Claro, isso pode parecer exagero de minha parte, eu sei. Mas ele realmente disse isso e por mais que seja pai, eu fiquei com raiva de ouvi-lo falando esta hipocrisia. A imprensa não transformou ninguém em nada. Eles eram, sempre foram e serão o resto da vida monstros pelo simples fato de terem conseguido cometer o crime que planejaram.

Você não acha?

Eu tenho tido muita vontade de ir pra aí mesmo com todos os furacões. Tenho desejo de sair andando, largar tudo aqui, enfiar umas roupas numa mochila, o cachorro numa gaiolinha, ajeitar as roupas do Renato e sair fora sem dar tchau pra ninguém no aeroporto.

O Brasil está caótico, amiga. Ainda bem que você teve a oportunidade de não ver o que estou vendo aqui.

Sabe quando você tem certeza absoluta que a situação é, a partir daqui, insustentável?

Os deputados que foram cassados e os que renunciaram amiga, você não vai acreditar, … entraram com pedido de suas aposentadorias e foram aprovados… vão ganhar em média, depois de nos roubar tudo, R$ 8.000,00 mensais. Não dá vontade de chorar, me diz, amiga? Parece piada. Só que de muito mau gosto.Enquanto isso nosso Congresso se mata num processo sanguinário ao vivo na TV. Já teve até pancadaria mostrada no Jornal Nacional. Uma pena um País tão bonito ter chegado nesse ponto onde quem governa melhor é o Estado Paralelo. Eu tenho tido a sensação que o traficantes governam com muito mais inteligência seus “pontos”, as comunidades, as favelas. Talvez por isso tenham ido tão longe no Rio de Janeiro e hoje a gente sabe.. o Rio continua lindo.. mas sendo governado pelo Estado Paralelo. Que triste.

Você nunca pensou que fosse me ouvir dizer isso mas… sim, eu digo: estou preferindo Nova York, via Boston, de American Airlines em tempos de Bin Laden do que nosso lindo Brasil de Lula, juro.

Mas no meio de tudo isso, hoje queria que você tivesse aqui. Queria muito mesmo!

É a estréia do filme VINÍCIUS, amiga.. deve ser lindo, autobiográfico, emocionante. 30 cópias. Claro que é pouco, eu sei. Mas é isso que Vinícius de Moraes, infelizmente, representa em tempos dos batidões de Tati Quebra Barraco e dos DJS das músicas eletrônicas. Outra pena.Mas tem seu lado bom: o cinema vai estar vazio e vou aproveitar o máximo de Vinícius de Moraes cantado pelos nossos grandes gênios.
Vou terminando por aqui, amiga querida.
Há muito o que fazer no escritório e o dia está apenas começando.
Um grande beijo pra você
Tatiana Ribeiro Cavalcanti.
Qualquer coisa escreva aqui:
PS: taticavalcanti@uol.com.br

Um profile de orkut

No profile do Orkut de um ex-aluno meu:

"Tenho medo de ser pobre a vida inteira caso me torne um ator profissional".

Merecedor de reflexão esse menino chamado Henrique.
Henrique é um cara de talento, um cara que tem a arte na veia.
Em
nosso primeiro ensaio juntos, notei que ele tinha jeito. Henrique é um
desses pré-adultos contestadores, subversivos por natureza e
questionadores. Eu pedia pra ele mudar o tom de uma cena e o tom vinha
mudado 5 minutos depois.  Henrique me ouvia falar com a pequena
propriedade que tenho com os olhos brilhando e o corpo louco pra entrar
naquela que seria só mais uma de suas viagens dentro do Universo
Teatral. Henrique está estudando enlouquecidamente para o vestibular de
Artes Cênicas.

Tenho certeza absouta que ele entra. Só não sei se cursa.
Ele
e os pais dele têm muito medo do futuro de um artista num país como o
Brasil. Eles têm receio de ter criado com amor um moleque que, por
opção e ingratidão da cultura pode nunca conseguir conforto e
estabilidade. Um menino que pode viver o resto da vida
com a grana miserável que nosso teatro brasileiro paga.

"Mas
eu gosto de teatro… é que com o dinheiro que eu vou no teatro, eu
pago minha conta de telefone que vem baixa, né Tati.. pensa bem".. Hurum, estou pensando. Aliás, eu penso muito.

De
um lado temos gente que trabalha e batalha horrores pra colocar uma
peça em pé, pagar a mídia (quando existe esta possibilidade), rodar a
gráfica, pagar a direção, a produção, e ainda fazer um coquetelzinho de
estréia. Saindo deste dia da estréia, ainda temos que pensar em toda
temporada e na comissão que os teatros levam.
O que sobra?
Pois é. Não sobra. Nunca sobra. (Vamos ler este texto contando
com
exceções como Fagundes, Fernanda Montenegro e os nossos conhecidos
fenômenos brasileiros).  Ainda desse lado temos empresas
conhecidas que patrocinam. Mas patrocinam grandes nomes. Os pequenos
nomes nunca têm vez. E quando tem a grana é curta demais pra temporada
que se pretende fazer.

De outro lado temos a população que não tem acesso a cultura.
Pessoas
que, se compram ingresso pro teatro deixam de comprar um livro da
escola pro filho. Pessoas que até têm vontade de conhecer o Universo da
arte mas que não têm a menor
possibilidade disso. E que portanto, escolhem claro, pela sua prioridade.

Faltam possibilidades.
Falta cultura. Falta cuidado com nossas artes já tão esmagadas.
Falta ingresso barato.
Falta incentivo pros produtores.
Falta dinheiro pro teatro, pro cinema (esse mesmo assim está melhor já!!!). Faltam empresas que entendam que desviando
seu dinheiro pra arte, elas abatem do IR.
Falta educação, gente.

E aí eu pergunto: o Henrique está errado no medo de "ser pobre a vida inteira caso torne-se um ator profissional"?

Que desânimo com nossos governos.
Que desânimo em ver meus alunos se debatendo numa agonia que eu não sei se vai acabar.
Que desânimo com o Brasil.
PS: Isso não se trata de uma reflexão ampla como ela deve ser.

Trata-se apenas do meu ex-aluno no mesmo conflito que eu tiva há 10 anos atrás. Somente isso. 
taticavalcanti@uol.com.br

A desconfortável situação do teste

Não importa se indicado, não indicado, experiente, novato,
seguro ou inseguro, todo mundo fica numa situação desconfortável quando
vai a um teste.

Primeiro porque isso mexe muito com o
ego da gente. Para começar a saga (pelo menos a minha, tá?) já fico
ansiosa para hora do teste. E o engraçado é que quanto mais ela se
aproxima menos eu quero ir. Na realidade é óbvio que quero ir mas fica
difícil admitir que a gente pode não pegar o trabalho e ficar com o ego
esmagado. Artista com essa coisa do ego é foda!

Segundo
porque nos sabemos rigorosamente avaliados. Naquele momento ou se faz
exatamente o que os orientadores querem ou perde-se. Ninguém quer saber
se você está num bom dia, num mal dia, whatever. Todo dia tem que ser
dia.A ante-sala dos testes (seja ela qual for) já não
favorece. Fica ali você, sentado, tirando a pelinha do canto da unha,
olhando pra nada; o loirinho do lado olhando fixamente pra sua própria
mochila; a nega bonita lendo todos os panfletos pendurados nos murais.
Ninguém se conhece. Todo mundo se sabe concorrente.
Eu, por exemplo, costumo me afastar das pessoas que estão tentando adivinhar do que o teste será composto. Eu me nego
a passar por especulações que me deixam ainda mais nervosa antes de um teste.
É
meio esquisito você tentar se enturmar com a galera na ante-sala de um
teste. Acho estranho puxar papo tipo: “E aí, você veio de onde?”, “Se
preparou para o teste?”, “Prazer, sua concorrente, Tatiana”. Não rola
para mim. Isso é pessoal, eu sei. Mas eu não consigo fazer rápidas
amizades quando estou nervosa.
Ambiente de teste pra mim é sempre meio sofredor apesar de já ter passado muito em teste!

Bom, passada a fase inicial do constrangimento entramos no teatro ou no estúdio.

Aí,
em alguns casos, todo mundo faz o teste junto. O orientador do teste
autoriza que todos subam ao palco, tirem seus sapatos e se coloquem num
círculo. O primeiro exercício será coletivo e ritmico. Por sequência,
passamos ao individual ritmico. Logo depois um coletivo de canto e mais
uma vez, um individual de canto.
- O foda do individual é que você sabe que, além dos orientadores do teste, existem seus concorrentes querendo que você
dê uma bela desafinada - . E todos te olham. Assim como você olha pra eles quando está esperando sua vez.
Passado
isso, um exercício corporal. O exercício exige bastante cuidado e
atenção. Tudo que eu não tenho. Mas sou disciplinada e quando subo num
palco eu me transformo, fico atenta e espertíssima.
No meio de um
dos testes o orientador chama a atenção de alguém que você achava que
estava arrasando. Aí você fica ainda mais insegura (por ter achado
errado), tremendo horrores e com vontade de mudar de idéia na hora. Mas
não dá mais tempo, você é persistente e vai ficar.
Você faz
sua parte tentando esquecer que está sob pressão, olhos e línguas
afiadas. Sob orientadores rigorosos, gente que tem 30 anos de
teatro. Ufa.
No resultado final, no frigir dos ovos, você passa
pelos testes até que tranquilamente. Acaba o teste, você respira e tem
certeza absoluta que exagerou na dose de agonia. Nem foi tão mal assim,
vai. E nem demorou tanto quanto achávamos que ia demorar, foi só 1:30
hs. Você já participou de leituras mais longas, fala aí.Quando passa a gente se acha talentoso.
Quando reprova a gente pensa em mudar de vida.
Quando chamam pro teste dá frio na barriga.
Quando não chamam a gente se frustra.
Vida dura essa de artista. Vida de gente iluminada.
Vida de teatro. Vida da gente.
Da gente que adora de paixão ser artista.

… e de preferência com pedigree…



Estou com uma amiga numa loja de celular. Eu estou a procura de um aparelho enquanto ela, pacientemente. me faz companhia e avalia os celulares que eu gosto através de notas.
Eu, classe média, vivo dura, mas consigo fazer umas extravagâncias tipo: comprar um celular com flip porque eu gosto.

A loja é bem pequena e logo adiante, duas mulheres com cara de “assíduas da Daslu” (aquela “butiquinha” que não pagou impostos, sabe?).
O perfil estético delas é: lindas, louras (com os cabelos que não saem do lugar), corpão, uma média de 55 anos , make up diviiiiiiiiiiiiiiiiiiiina e muitas jóias adornando. Elas conversam animadamente se equilibrando em cima daqueles saltos agulhas com os quais poucas mulheres conseguem andar com classe (e incrível como as duas conseguem!).

Amiga 1: Ai, vou levar este mimo pra Bia. Porque você sabe né, ela é minha amiga há 30 anos e não posso falhar. Achei esse aqui a cara dela, não é?

Eu olho pra plaquinha do mimo e lá está: R$1.500,00.
Olho de novo porque achei que estava errado. Exatos: R$1.500,00 (o mimo, gente!!!!). Ok, eu penso, deve ser muito legal ter tanta grana assim. Minha melhor amiga, Carol, ganhou de mim R$ 50,00 - chorados - numa camiseta da Hello Kity.

Amiga 2: Eu nem te contei, menina. Semana retrasada estive num jantar na casa da Fabiana Medeiros e encontrei a Fernanda Assumpção e o Mario Borghi, você acredita? E a Fabi tinha
organizado um jantar, menina, chiquérrimo. Era um “chandonzinho”, 3 opções de risotos e umas sobremesas deliciosas feitas pela Mariana Fernandes Piva, sabe? E não é que, lá pelas tantas, a
Bia chegou? Eu ri horrores com ela contando sobre a “trip” que fez pra Mônaco. E os solteirões ficaram ouriçados com a Bia.. imagina.. a Bia Albuquerque entrando sozinha, lindíssima, numa festa. Arrasou!!!

Enquanto ela fala esse texto decorado, o vendedor espera em pé, sem um movimento. O Santo vendedor estava com cara de poucos amigos. Imaginem um cara que ganha R$ 500,00 e sustenta a família, engolindo esse papo a seco, sem direito a champanhe pra descer mais suave!

A outra amiga faz cara de quem está imaginando o gosto das opções de risoto e do champanhe da festa de Fabi Medeiros.

Amiga 1: Afinal, você acha este um bom presente?

Amiga 2: Ai, achei ótimo… E ela que é super visual vai poder fotografar as ruas do Jardins que ela gosta tanto. Compra porque Bia vai adorar! E paga logo porque ainda tenho que ir no Iguatemi.

Amiga 1: Ué, o que você vai fazer lá?

Amiga 2: Amanhã tem desfile da coleção nova da Nininha Barros e não vou perder esse por nada. Preciso pegar o pretinho bááááááááárbaro que reservei e vou marcar cabeleireiro no Iguatemi mesmo. O Biaggi e o So Ho andam tão cheios…. virou carne de vaca. E não dá pra assistir Nininha Barros com um modelito antigo, né bem?

Amiga 1: Ah que bom, vou com você então porque eu queria mesmo fazer as unhas com aquela manicure ótima. Tem aqui o cartão dela: Aparecida …. (pausa de 5 segundos) da Silva.

Amiga 2: Então paga isso logo e vamos.

Enquanto pagam e continuam seu papo estarrecedor, toca o celular da amiga 1.
Ela dá uma espiada classuda no bina e fecha com chave de ouro:

Amiga 1: Ai, será que eu atendo? É o Bob Aguiar. Ele só me liga pra badalar e hoje eu não estou podendo.

Amiga 2: Atende, claro!!!! Ou você acha que Bob liga em qualquer celular as 13:00? Atende, anda, vê o que ele quer agora!

Saí daquela loja estarrecida por ver que na cabeça de uns e outros por aí, a gente não passa de um sobrenome.
Um sobrenome grande.
E de preferência com pedigree.

Ser mulher

"Eu não consigo entender porque os  HOMENS nunca querem namorar, eles querem ficar só".

Eu consigo. E você aí, consegue?
Caretices a parte (porque eu mesma nunca fui careta) as mulheres parecem estar perdidas. Na quarta elas jantam com o amigo da academia, na quinta saem pra um "remember" com o ex-namorado (já que estão sozinhas mesmo e já conhecem o carinha) e na sexta vão dançar à caça de homens cheirosos, bonitos, modernos e de preferência, com um graninha extra.

Elas se entendem modernas e independentes. Ledo engano, meus caros.
Independente é não precisar arrumar um carinha fofo com uma graninha extra, é não ser escrava da moda nem das tendências, é ter uma personalidade muito mais forte do que as propagandas que vemos na TV e do que os encartes lindos e sexys de moda da Revista Caras tentam vender.

Eu sou sim a favor do feminismo com pequenas ressalvas. Acho que essa questão podia ter sido mais saudável e levada menos a sério pelas mulheres. De repente elas quiseram virar verdadeiros "hominhos" na tentativa de igualar os direitos sexuais, profissionais e pessoais. Peraí gente, tem limite. Alguma mocinha aí tão independente a ponto de não querer um braço forte que a faça sentir-se segura, um gentleman que abra a porta do carro? Duvido e faço pouco.  

Sim, eu acredito que as mulheres têm todo poder de capacitação que os meninos e que são capazes de ocupar altos cargos em grandes empresas. Isso é inegável.
Também sou a favor de independência financeira. Nunca achei legal mulheres serem escravas de suas relações com seus maridos. Quantos casais conhecemos que não se separam porque "eles não têm condições… ela não trabalha… ela depende dele pra comer"!??
Mas também sei que é ótimo um marido que faça questão de bancar as contas daquele mês, me leve pra um jantar romântico e  me faça uma romântica incorrigível mesmo sem o menor talento para isso.

Eu falo os piores palavrões do mundo,  me descabelo, faço xixi de porta aberta na frente do meu marido, eu já fiz de tudo um pouco. Mas sair com a quantidade de homens que tenho visto as meninas sairem não. E quem me conhece sabe que não sou hipócrita para esconder esse tipo de informação. Se fizessse, eu falaria e defenderia minha conduta mesmo indefensável.
Eu quero falar porra, caralho e mandar um ou outro tomar no cu sem ser censurada. Quero jogar futebol aos sábados com as amigas, quero xingar o juiz de ladrão (caso ele mereça) e quero colocar uma camiseta 10 e ir no Morumtri ver o São Paulo ganhar (quando isso voltar a fazer parte de nossa rotina).

Mas meus pontos a favor do feminismo terminam aí.

Não, não sou nem nunca fui santa e nem tenho autorização pra julgar ninguém. Já me apaixonei por um homem casado, já beijei duas bocas no carnaval e tomei vários pequenos porres que me
deixaram azeda e verde no dia seguinte.
Mas nada disso quer dizer que obrigatoriamente devo ser a favor de ligar a TV e ver um bando de mulheres esfregando suas bundas enormes tão perto da minha cara e nem ter que sair dando para o primeiro que abanar o rabo pra mim em nome da liberdade sexual. Eu odeio ver minhas amigas se expondo num sai-comum-sai-com-outro que dá até vergonha. Uma delas outro dia até chamou o X de Y tamanho número de ficantes com quem ela anda saindo. E tem gente aí achando que isso é sinal de liberdade sexual e de independência quando na realidade isso não passa da carência produzida pelas tecnologias, pelas novas relações, pelos antigos conceitos definidos como estúpidos pela nossa nova geração. Tudo uma puta besteirada de dar dó.

Os homens cada vez menos querem casar com estas equivocadas mulheres.
Os homens cada vez menos confiam nessas mulheres por auto-definição "bem resolvidas". Vejo pelos meus amigos homens que jantam em minha casa e comentam sobre a atual situação em que as próprias mulheres se colocam.
Isso merece 1 segundo, 1 dia ou quem sabe 1 ano de nossa reflexão.

Ser mulher não tem nada a ver com a bunda dura, com o peito siliconado, com o número de homens com quem se transa. Aliás,
alguns homens consideram o número de homens com quem se transa um medo aterrorizante da solidão.
Infelizmente meninas, gostando ou não somos produto de uma sociedade machista.
 
Por essas e outras, ainda prefiro minha barriga meio molinha, umas celulites espalhadas por aqui embaixo e o sossego de não ser escrava de coisa alguma.
Ser mulher tem muito mais a ver com conduta do que com esse movimento estranho que criaram querendo nos transformar em verdadeiros homens de saia. Quer dizer, literalmente de terninhos de risca de giz.

Um texto confuso sobre o tempo

Ele arrumou outra e foi embora. Nunca mais deu um telefonema.
Você não vê chances de perdoar.
Ela acabou caindo na gandaia, esqueceu do ficante fixo e fez o que não devia. Ele descobriu e foi embora cheio de razão. Não deixou a menina nem tentar dizer que amava ele e estava sem coragem de encarar o amor.
 
Fernanda e Maite são amigas de infância. Fernanda traiu Maite contando pro ex namorado da primeira que a amiga nunca vai superar a tal separação. Dedurou com boa intenção. Mas dedurou. A "amiga dedurada" não conseguiu digerir.
Brigaram feio. Se estão andando na mesma calçada, a traída sempre atravessa. Nunca perdoou. Não divide com a ex-amiga nem o mesmo lado da rua (que é pública!). Um terror. Sem perdão.

Histórias comuns, histórias de sempre. Suas, minhas, nossas.
Histórias da vida real com as quais nem sempre, sabemos lidar.
Incrível como traição de namorado tornou-se imperdoável. Traição
entre amigos é inquestionável. Amigos são a família que escolhemos e, por isso, nada justifica.
Deduragem, sacanagem, tudo que termina com "agem" demora pra ser assimilado, não tem jeito.

Mas aí vem o que descobri ontem: o tempo perdoa TUDO.
Hurum, isso mesmo. O tempo perdoa tudo (mesmo a gente não querendo perdoar, tá?).
O Guilherme de Pádua, está solto. A Paula Thomaz faz faculdade de direito. E Suzane??? Saiu outro dia da prisão falando em Deus.

O tempo passou. O tempo curou. O tempo perdoou todas e tudo.
O tempo faz esquecer, faz passar adiante, faz erguer a cabeça.
Todo mundo recomeça depois que o tempo passa e leva com ele as mágoas e dores.

Tá puta com ele? Espere passar.
Ela te traiu? Acalme-se. O tempo vai te fazer esquecer. E  naturalmente quando você reparar, já perdoou…
Tá doendo muito? Respire fundo, arrume algo melhor pra fazer e siga adiante. Já já faz 1 ano e você nem se lembrará desta coisa toda. (Terá perdoado!!!)

Eu, por exemplo, sempre fui uma questionadora incansável do tempo.
Porque quando é pra passar rápido ele é lento?
Porque quando é pra ir devagar ele corre tanto?
Porque o tempo não pára um pouco pra eu curtir mais um pouquinho?

E minha mãe respondia: "Você nunca vai controlar o tempo, Tatiana. Espere que ele passe e tudo se resolve".
Mas mesmo assim, como uma criança insatisfeita com a resposta da mãe, passei anos da minha vida numa luta brava com o tempo. Quando me sentia magoada o tempo não passava pra que eu perdoasse. Quando estava feliz da vida, ele voava a ponto de eu nem curtir a tal da felicidade momentânea. Uma loucura.

Mesmo convicta da possibilidade de estar errada, como teimosa de carteirinha que sou, nunca arreguei pro tal do tempo porque sempre acreditei que o que curava era outro amor, era outra amiga legal, era outro momento de vida. Nada de tempo. Era nosso poder de superação. Virada a página, passado o problema. Mas não.

Ontem, fechada no mesmo ambiente com pessoas que me crucificaram em vida, me julgaram até o limite possível sem que eu pudesse me defender, tive certeza absoluta:
não há NADA que o tempo não perdoe.

Nada que o tempo não leve embora. Nada é imperdoável pra sempre.

Acreditem em mim: nada.
PS: taticavalcanti@uol.com.br