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Apenas promessas

Passa ano, entra ano e o que fica para cultura? Só migalhas. Parece que os governantes não levam mesmo á sério essa questão da cultura. Cada vez fica mais claro que não existe interesse algum em ofertar cultura de qualidade para a população.

 

Para passagens aéreas distribuídas ao bel prazer, não faltam verbas, mas é só falar que se faz necessário uma verba para realizar um festival, seja lá de cinema, teatro, dança ou qualquer outra arte, que pronto, o dinheiro some. As desculpas de uma nova crise vem a baila e a cultura? Ah, para que cultura?

 

É claro que há exceções e é possível encontrarmos perdidos nessa imensidão de país, alguns poucos governantes que demonstram um pouco de consciência com a necessidade de apoiar a cultura e mesmo com verbas ínfimas, conseguem patrocinar e realizar festivais das mais diversas formas de artes, além de incentivar artistas locais.

 

Mas, por que será que uma pequena cidade consegue essa façanha e uma metrópole não? Parece que quanto maior a cidade, menor é a verba destina à cultura. Mesmo que volta e meia essas grandes cidades organizem viradas culturais, o que realmente faz a cultura acontecer nessas grandes cidades é o esforço de artistas abnegados que passam por cima de tudo para oferta cultura à população.

 

O que cada vez fica mais claro é que é bem melhor para todas as artes, que certos governantes se ocupem mesmo com suas passagens aéreas ao invés de ficarem se fazendo de preocupados com a cultura e se inflando a cada discurso sempre que estão à frente das câmeras. São apenas promessas como tantas outras já feitas outrora.

 

Infelizmente o quadro é assim. A cultura e a educação que tanto precisam andar juntas para fazer deste, um país de fato desenvolvido, estão sempre relegadas a um segundo plano, estando sempre encabeçando as listas de cortes de verbas quando o assunto é aperto do orçamento.

 

E a cultura? Ela não é mesmo fundamental. Mas volta e meia surge uma nova promessa de que tudo mudará. Só que logo, logo, tudo volta ao normal e os artistas continuarão passando o pires atrás de migalhas para poderem ofertar cultura à população.

O que o público quer?

Muito se tem falado da crise nas telenovelas brasileiras. Muitos apontam à falta de criatividade, outros, que existe um leque maior de opções, uns até já pregam o fim das novelas na televisão, mesmo que nenhuma das emissoras que as produzem, ventilem qualquer coisa sobre o assunto. Mas talvez o problema esteja com o público.

 

Não que o público brasileiro tenha se cansado de assistir novelas, visto que a audiência, mesmo que em queda, ainda representa a maior fatia de telespec-tadores em um canal de TV. Talvez, o problema possa estar em não perceber o que realmente o público esteja interessado em assistir na telinha.

 

A repetição de temas, elencos, remakes, fórmulas batidas, parece ter cansado o telespectador ao ponto dele trocar a televisão por outra coisa. A lógica de uma telenovela é previsível e o público, principalmente o mais jovem, não se vê seduzido por algo tão óbvio, com finais sempre iguais e que contam histórias nada interessantes.

 

O público, hoje em dia, talvez nem esteja tão interessado em mocinhas despro-tegidas em busca de um príncipe encantado. Talvez, nem se identifique com os heróis de caráter ilibado, nem por tramas de histórias comuns exaustivamente repetidas. Quem sabe já esteja cansado do jeito que essas tramas vêem sendo contadas? Identificar o que o público quer, talvez venha a ser o novo pulo do gato.

 

O hábito de assistir novelas já está arraigado no âmago do povo brasileiro e isso, não se perde da noite para o dia. Assistir novelas faz parte do dia-a-dia do brasileiro quase que até instintivamente. Dizer que simplesmente o povo deixou de gostar de assistir novelas é tapar o sol com a peneira.

 

Eu, enquanto telespectador, não me vejo lá muito interessado em assistir a maioria das novelas veiculadas atualmente na TV e isso acontece também com as pessoas que me cercam, por certo, esse também pode ser o motivo do êxodo que vem acometendo as novelas brasileiras, o puro desinteresse de acompanhar uma novela. E por quê?

 

Recuperar o interesse do público em acompanhar uma novela, passa por levar à telinha, histórias que esse público queira ver de fato. Temas e tramas que o arremate pelo simples interesse pode ser um começo. Ás vezes, ouvir a voz rouca das ruas é bem melhor do que acreditar na receita de uma mesma história por vezes repetida.

 

Novela é feita para o telespectador e se esse telespectador já não vê interesse em assisti-la é sinal que o problema não é no formato da novela e sim, no conteúdo e na forma que essa novela se desenrola, pois já não está atendendo o que esse público quer.

O cotchucotchuco da mamãe

É impressionante a falta de educação de parte do público que vai ao teatro e o pior de tudo é que essa falta de educação vem principalmente do pessoal que milita no próprio teatro, além é claro de seus familiares, que não são devidamente educados para assistirem seus filhos em cena.

Jovens aspirantes a atores, experimentando seus primeiros passos no teatro amador, levam seus amigos e familiares para lhe assistirem pela primeira vez em cima do palco, só que não lhes avisam que teatro não é estádio de futebol, nem feira e muito menos mercado e o resultado é uma perfeita balburdia.

Basta cair á luz que antecede o início do espetáculo para se ouvir assobios, gritinhos histéricos e comentários do tipo: “vai, cotchucotchuco da mamãe!”. É impossível tentar acompanhar alguma coisa. E esse movimento se repente a cada nova entrada em cena. Assobios, gritinhos e o mesmo comentário enaltecendo o “cotchucotchuco da mamãe”.

A gente prega a importância de se ir ao teatro, mas esse pessoal que faz teatro, principalmente os amadores precisa encarar o teatro com o devido respeito. É claro que é gratificante para o pai ver seu filho ali em cena, ainda mais nos tempos de hoje, onde os pais fazem de tudo para que os seus filhos façam teatro com o intuito de chegar o mais rápido até a televisão, mas falta a esse pessoal, um pouco de consciência.

O entusiasmo que toma conta do ator aspirante, não deve ser repassado para os amigos e nem aos parentes que vão lhe assistir e cabe ao próprio ator estreante, educar seus parentes e amigos, de como se deve se portar quando do início do espetáculo, pois gritinhos e assobios, só vão lhe prejudicar em cima de cena.

E aqueles que são os “cotcucotchos da mamãe”, precisam deixar bem claro à elas, que teatro não se resume a presença de seu filho em cena. Teatro é muito mais do que a simples presença de um ator em cena, ás vezes, existem outros “atores” em cena que podem ser prejudicados por essa tremenda falta de educação da mamãe do cotchutchuco.

Que mais e mais pessoas façam teatro pelo país afora, mas que essas pessoas aprendam a educar o seu público para que mais tarde não sejam prejudicados quando entrarem em cena. E quanto a você que sabe a mãe que tem, lhe avise a resistir ao lhe ver em ação, viu, cotchucutcho da mamãe!

Teatro é resistente

Mesmo com todas as dificuldades conhecidas por todos que fazem teatro pelo país afora, o teatro sobrevive e sobreviverá, pois o Teatro é resistente e está sim, impregnado na alma de algumas centenas de abnegados que emprestam suas vidas a arte de representar.

No submundo da arte, amadores e amantes do teatro fazem e sempre farão de tudo para colocar um espetáculo na estrada. Muitas vezes até sem a devida preocupação com a qualidade do cenário, do figurino, pois, todos, somos sabedores da falta total de verba, mas, afinal, o que importa é o teatro.

Em cada canto do país, pessoas resistentes lutam para fazer seus espetáculos, não se preocupando com retornos financeiros, com reconhecimentos artísticos, com críticas... brincam de fazer teatro e fazem do teatro uma brincadeira. E é assim, que a cada dia, o teatro se torna mais resistente.

Não é porque uns elitistas monopolizam as verbas de incentivos culturais e fazem do teatro um comércio, ás vezes até maculando a verdadeira missão do artista, que o teatro se perderá pelo caminho. Ele está nas escolas, nas comunidades carentes, nos circuitos amadores e sempre se renovará.

Está certo que a má qualidade de certos espetáculos que muitas vezes são produzidos por aí, prejudica a imagem e sequer podem ser chamados de teatro, tem-se de relevar certas situações em prol de se privilegiar a intenção de se manter viva a arte do teatro. Ás vezes, fechar os olhos para alguns defeitos, não faz mal a ninguém.

É assim, meus amigos, da mesma forma que não devemos dar muita importância para espetáculos puramente comerciais que visam apenas retornos financeiros, não devemos levar muito em conta, os espetáculos produzidos amadoristicamente, pois, o que deve ficar é a certeza de que o teatro é resistente e perdurará por todo sempre. Assim seja, amém!

O cotchucotchuco da mamãe

É impressionante a falta de educação de parte do público que vai ao teatro e o pior de tudo é que essa falta de educação vem principalmente do pessoal que milita no próprio teatro, além é claro de seus familiares, que não são devidamente educados para assistirem seus filhos em cena.

Jovens aspirantes a atores, experimentando seus primeiros passos no teatro amador, levam seus amigos e familiares para lhe assistirem pela primeira vez em cima do palco, só que não lhes avisam que teatro não é estádio de futebol, nem feira e muito menos mercado e o resultado é uma perfeita balburdia.

Basta cair á luz que antecede o início do espetáculo para se ouvir assobios, gritinhos histéricos e comentários do tipo: “vai, cotchucotchuco da mamãe!”. É impossível tentar acompanhar alguma coisa. E esse movimento se repente a cada nova entrada em cena. Assobios, gritinhos e o mesmo comentário enaltecendo o “cotchucotchuco da mamãe”.

A gente prega a importância de se ir ao teatro, mas esse pessoal que faz teatro, principalmente os amadores precisa encarar o teatro com o devido respeito. É claro que é gratificante para o pai ver seu filho ali em cena, ainda mais nos tempos de hoje, onde os pais fazem de tudo para que os seus filhos façam teatro com o intuito de chegar o mais rápido até a televisão, mas falta a esse pessoal, um pouco de consciência.

O entusiasmo que toma conta do ator aspirante, não deve ser repassado para os amigos e nem aos parentes que vão lhe assistir e cabe ao próprio ator estreante, educar seus parentes e amigos, de como se deve se portar quando do início do espetáculo, pois gritinhos e assobios, só vão lhe prejudicar em cima de cena.

E aqueles que são os “cotcucotchos da mamãe”, precisam deixar bem claro à elas, que teatro não se resume a presença de seu filho em cena. Teatro é muito mais do que a simples presença de um ator em cena, ás vezes, existem outros “atores” em cena que podem ser prejudicados por essa tremenda falta de educação da mamãe do cotchutchuco.

Que mais e mais pessoas façam teatro pelo país afora, mas que essas pessoas aprendam a educar o seu público para que mais tarde não sejam prejudicados quando entrarem em cena. E quanto a você que sabe a mãe que tem, lhe avise a resistir ao lhe ver em ação, viu, cotchucutcho da mamãe!

Os donos do teatro

Sempre se pregou a popularização do teatro, o que já está mais do que na hora de acontecer, pois não pode ser admissível uma arte tão popular ser de tão difícil acesso para as pessoas mais carentes. E não é só isso. Como pode pessoas que fazem do teatro um sacerdócio, não conseguirem verbas para realizarem seus projetos?

Uma pena, não é mesmo? Hoje o teatro até tem um espaço maior da mídia, principalmente a televisiva, mas somente meia dúzia de produtores capitalistas tem acesso às verbas para seus projetos teatrais. Não me parece ser esse o melhor modelo de popularização, certo?

Mesmo porque o teatro não tem dono e não pode ficar nas mãos de meia dúzia de pessoas que na verdade, não estão interessadas, de fato, no bem do teatro, ou na importância que o teatro tem, pensam eles, somente em lucros, lucros e lucros.

Dizem pois, que eles se beneficiam da lei, sorte que a lei está sendo revista. Torcemos que seja para melhor. Que contemple mais os quatro cantos deste país imenso e não só as capitais, mesmo porque no interior também se faz teatro, e dos bons. E o que é pior, sem verba nenhuma.

O teatro sempre foi uma arte para ser compartilhada com todas as camadas sociais. O que adianta se fazer um teatro popular desse jeito? Produções grandiosas com ingressos altíssimos e lucros ainda maiores. Tudo produzido com verba pública, mas povo, ó!

Teatro se faz nas escolas, nas comunidades carentes, de forma amadora. Teatro é feito na raça, é feito de graça, é feito sem verba. Teatro é feito para entreter, é feito para educar, é feito para formar. E mesmo sem recursos e sem apoios, ele se fará presente.

O teatro não precisa de donos. Teatro precisa de verbas divididas igualmente à todos os artistas. Do Oiapoque ao Chuí. De Corumbá a Vitória. Não precisa destes poucos produtores capitalistas, pseudo-interessados na arte. Mesmo porque, o teatro não precisa de migalhas, pois quem faz teatro, sempre come o pão que o diabo amassou para colocar seu espetáculo em cartaz.